A Minha Sanzala

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3 de fevereiro de 2005

Recebi uma carta

"Fio": Um café na Esplanada
carranca
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Hoje, 18:51
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Conversas de Café
Mermã, conterra, avilo, mermão, camba, sentem só por aí na escuta das ondas desse zulmarinho, no balancé do seu vai que não vem, tímido e ao mesmo tempo temerário.Paga uma cada um e eu bebo e vos falo das coisas que me vão na alma que nem está asim nem calma, nem assada.Hoje recebi uma carta. Umacarta que não veio em papel, mas tinha o perfume do início desse zulmarinho, tinha o pica-pica, tinha a areia da praia nem grossa nem fina, só areia como deve que ser porque praia só tem mesmo uma que é essa e mais nenhuma. Não, cambas, quem me escreveu não estava lá, estava só mesmo a preparar as coisas para dar o salto de uns dias na Baía, na colónia balnear, mesmo. Me conta nela os preparativos, que vai desde a panela de pressão até que nem kizomba, onde os que vão na Baía vão mesmo só para a desinfecção anual nas águas do início deste zulmarinho. Me contou tanta coisa que se vos contar vocês vão ficar que nem de boca aberta à espera de navegar nesse mar até que só lá vão parar.Amanhã, que é feriado. Pois é, deslembraste? Vão descer a a grande Serra e vão ficar ali mesmo com os pés dentro da a´gua do zulmarinho, lá no início dele.Nessa carta, camba, eu vejo que foi escrita com amor para quem ama o cheiro da areia quente, o ai que ui de andar descalço na areia doirada do desert mais velho que nem o mundo.Nessa carta, que vos tenho estado a recitar, encontro o mapa do tesouro, que fez que nem meu coração bater mais rápido que o comboio quando sobe a Chela.Cambas, deixem-me beber as minhas loiras, que está a sair água desse zulmarinho pelo canto dos meus olhos, e não posso desidratar que ainda tenho uma vida para sonhar.Amanhã é feriado e tal como quem estou a pensar eu também vou dar de frosques por uns dias. Sim, cambas, a minha cabeça às vezes precisa arrefecer e vai estar uns diasitos, assim que vocês nem vão dãr por eles, a banhos. Não imaginem que não é verdade. Não vou estar no início desse zulmarinho, vou só para um sítio mais perto do céu para poder ver mais longe, para lá da linha curva que parece recta.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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