A Minha Sanzala

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7 de março de 2005

Madrugadamente

"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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05-03-2005 16:49
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Conversas de Café
Mermão, vamos aviar umas quantas, enquanto temos força para pegar-lhes. Um, dia, mermão, quando o cabelo estiver assim com a cor do sal, a pele da cara tão enrugada que para enfiar chapéu só mesmo tem de ser de rosca, quando a recordação do que erámos mais não é que uma foto a branco e preto amarelecida pelas muitas estações do ano que passaram, vamos chorar todas as que não vertemos, todos os passos que não demos, todos os sorrisos que não sorrimos, todas as palmadas que não demos. Mermão, como hoje é Sábado, já dizia do da Holanda, temos direito a verter umas que ficaram por beber nuns ontens que não nos lembramos.Olha a calma desse zulmarinho que parece que tem todo o tempo do mundo e mais algum ainda tal é a sua serenidade. Vais ver que é dos anos que passou e das coisas boas que ele já tocou e que me deixa de inveja só de pensar em quem nele se banhou e se deixou acaraciar pelas suas águas. Tás a imaginar, mermão?Vês, mermão, aquela camba que na madrugada vai na janela só para ver o sol a nascer que nem precisa cesariana ou coisas dessas mais complicadas para parir um dia. Vês-lhe bem o rosto? Olha só o sorriso de felecidade que lhe vemos na cara. Gostou da vida de uma forma de gostar que nem explicação tem que eu te possa escrever porque as palavras ainda não lhe foram inventadas.Bebe, mermão, que aqui na esplanada da vida, com o sol que nasceu e foi para todos tem a Magia de sermos nós que somos mesmo.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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