A Minha Sanzala

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1 de abril de 2005

Para quem se der ao trabalho de ler

"Fio": Como ignorar karipandes, apêndices e quejandos

carranca
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Hoje, 12:37
Forum: Conversas de Café
Pois não sei se serei lido pelo Caluanda1 depois do que li na sua última mensagem neste fio. Mas apeteceu-me e se me apetece escrevo e logo se verá o que acontece.
Conversas a Esmo
(Se Não tiver nada para fazer vá faze-lo noutro lado)
Tento ser sincero e directo, não escondendo o que penso, seja no sentido político, religioso ou moral. Quem me lê sabe (ou deveria saber) disso.
Algumas coisas engraçadas já me aconteceram. Entro no MSN (tentando não ficar muito tempo) e aparece quase sempre alguém que não conheço e diz "oi" ou "tudo bem?" ou ainda "donde teclas" (eu sei que existem outras pessoas que têm o meu nick lá, mas bloqueado, para ver só se estou em alguma conspiração).
Para mim, se alguém inicia um contacto é porque tem algo a dizer. Nunca passaria pela minha cabeça começar a conversar com alguém sem ter algo específico em mente.
Então, para facilitar e quebrar o gelo, eu pergunto: "Diga" ou "O que posso fazer por si?" ou "O que deseja?", todo tipo de abertura para que a pessoa se sinta livre para dizer o que quer dizer.
Qual é a minha grande surpresa quando descubro que a maioria das pessoas simplesmente não têm nada a dizer. Nada.
Eu faço a pergunta e elas congelam:
Como assim o que eu quero? Não quero nada. Só conversar.
Sim. Conversar. Sobre o quê?
Hã...
Aí eu fico calado, para dar tempo a pessoa, para ver se ela arranja o que dizer. Via de regra, nada acontece. A pessoa desconecta-se sem dizer palavra, muda.
E eu fico a pensar: será que o bronco sou eu?
Uma amiga minha, por exemplo, dizia que um dos meus piores traços era que ela me ligava e eu atendia dizendo: "Diga." Ou "Sim?" Por algum motivo que me escapa, ela considerava isso ofensivo.
Noutro dia, um outro amigo impressionado com o prolixidade do que escrevo perguntou se eu já tinha tido a síndrome da folha em branco. Não entendo bem como se manifesta essa síndrome. Eu só escrevo quando preciso, quando tenho alguma coisa a dizer que não pode esperar. Quer dizer, sempre que sento para escrever, é porque já tenho um assunto premente a tratar ou sei que algo vai "sair".
Para sofrer da síndrome da folha em branco, a pessoa precisa unir duas coisas: a vontade de escrever com falta de assunto. E não entendo como essas duas coisas podem existir juntas.
Se eu não tenho assunto, porque vou querer tentar escrever?
Vou é andar ao sol, ler um livro, dormir, qualquer coisa menos encarar a folha branca, assustadora.
Então, se não tenho assunto, vou querer conversar para quê? Sobre o quê?
Entendo que as pessoas leiam o que escrevo, me admirem, me odeiem e queiram um contacto pessoal, quanto mais não seja à distância do quase impossível. Isso é desnecessário. Pior, é perigoso. Admiramos, ou detestamos o trabalho de uma pessoa, mas nada indica que iremos admirar ou detestar aquela pessoa também. Quase sempre é o oposto
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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