A Minha Sanzala

no fim desta página

30 de agosto de 2005

Anatomia no Zulmarinho


"Fio": Um café na Esplanada

carranca
Respostas:
1585
Visualizações:
39493
Anatomia no Zulmarinho Hoje, 17:29
Forum: Conversas de Café
Mermão, vamos aviar umas e outras aproveitando o calor que aqui ainda se faz sentir, abafando o cacimbo daí.
Contemplando o brilho do zulmarinho, hoje bordejado de branco, tal a espuma das suas ondas assim como que querendo atirar na areia toda a força que ele trás desde o início dele, que parece estar a dizer que lá é que está a força.Senta, mermão, e vamos falar até ao fim da manha, início da tarde que é como quem diz sem hora marcada que o tempo é coisa que não falta aos vadios da vida.
Sabes, mermão, sinto o perfume das picadas, o correr das mulolas, o barulho estridente do romper da aurora, a calmaria do laranja de quando o sol vai dormir lá no outro lado da linha recta que é curva. É verdade, essas coisas todas me correm nas veias e nas artérias como pensamentos navegando no meu sangue.Já te imaginaste com um pensamento nascido do lado direito do coração, dá a volta no pulmão para ficar mais arejado, mais solto e mais livre, volta no coração, daí é mandado para o cérebro, faz lá umas raviangas, bassula na meninge, desce de novo no coração, volta no pulmão e depois te percorre todo o corpo como ele fosse um mapa das estradas e te enche de sorriso na boca, olhos e cara.
Mermão, acredita no que te digo, e manda vir mais umas e outras.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

Sem comentários:

Enviar um comentário

recomeça o futuro sem esquecer o passado