A Minha Sanzala

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24 de agosto de 2005

Um cinema no Zulmarinho


Fio": Um café na Esplanada

carranca
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um filme no Zulmarinho Hoje, 23:16
Forum: Conversas de Café
Hoje, mermão, te converso em viva voz. Porque hoje, mermão, tiveste mesmo o carinho de vir aqui só mesmo para dar um Kandando neste teu amigo que te gosta muito.
Certo que não tivemos tempo para verter umas e outras porque o teu tempo é curto. Mas troxeste-me o ar de lá do lado de lá da linha recta que é curva. E curioso é que a gente se encontrou mesmo no final do zulmarinho que começa lá, de onde tu vieste para me dar um abraço que não fosse a força da nossa amizade eu tinha as costelas feitas num caco.
Ouvindo o marulhar das ondas falamos dela, falamos deles. Falámos simplesmente.
Obrigado, mermão.
Partiste e eu fiquei mergulhado nos pensamentos. Lembrei-me dela. Só pensei nela. Verti umas e outras a pensar nela.
Mas olha, mermão, também tenho saudades de ler os recortes da Sebenta de capa encarnada. Que será feito da Sebenta?
Mas voltando a ela, mermão, te digo que eu abri a porta e ela entrou. Por um momento eu pensei que tinha entrado pela porta que ela apenas entreabriu. Mas não. Eu, que pensava controlar toda e qualquer situação da qual eu fazia parte, fui dominado por ela e por aquela sua maneira de conseguir misturar adjectivos completamente antagónicos e ainda assim soar a conversa coerente. Em resumo, deixemos de karicocó, falemos de Sócrates, não desse mas do filósofo mesmo, arrepiamos caminho, despenteamos um pouco, compramos o periódico e demoramos uma eternidade em conversas, tais os truques do Matateu, e não pagas as birras loiras que era suposto eu beber.
Admito que eu estou submisso, que perdi o jogo e que ela me tem, mais uma vez, na palma da sua mão. Estou entregue, à mingua, atado e desarmado.
Misturei ideias, saladei frutos do imaginário real, tentei desarmar-me de sonhos e ideias, tentei ver o zulmarinho mais azul e mais salgado, mas volto a ter o cinema da imaginação no mesmo filme.
Repito o que eu disse milhentas vezes: eu tentei com todas as minhas forças odiar-te, mas acontece que eu sou um fraco em relação a ti.
Só por causa disso vou verter mais umas e outras bem geladinhas.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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