A Minha Sanzala

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1 de setembro de 2005

Desculpas no Zulmarinho


"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Desculpas num Zulmarinho Hoje, 18:37
Forum: Conversas de Café
Mermão, cada vez faz mais eco na minha mona. Cada vez parece que estou a delirar no pensamento.
Assim sendo, avilo, vou emborcar umas quantas para poder não só olear a goela como também nublar o cérebro e esquecer as temporadas que passámos juntos, que conversámos conversas de lá e de cá, que discutimos sobre o ontem e o amanhã que é mais importante que esse ontem que foi há muito tempo.
Nas nossas conversas, mermão, para além das bebidas bebidas, das nostalgias vividas, dos sonhos mágicos que sonhámos, desfrutámos em pequenas doses, sem atracções ou ligações que fossem duradoiras e comprometidas porque um dia podia chegar a um final e um dos dois podia ficar traumatizado assim como que a chorar o leite derramado apanhado por uma esponja e reaproveitado, assim do estilo de enriquecido com muita sujidade. Agora, mermão, qualquer circunstância me é traída na memória, mesmo as minhas ideias peregrinas, as discussões são distorcidas pelo tempo, as falhas que durante um mês certinho, fiz com os cambas que me ligaram, que queriam estar comigo, que queriam ouvir de viva voz a minha voz nas estórias que mesmo não tendo existido não seriam menos verdadeiras, as baterias dos móveis que servem para ligar e receber até se esgotarem, esgotaram-se nas minhas falhas.
Só te posso dizer, mermão que ainda não acabou a minha vida menos ortodoxa e circunspecta de estar na forma corporal dum corpo esbelto e ginástico na força de o forçar a fazer o que ele não queria, pois eu sei que ele só pedia cama ou sofá.
Me imaginas só sentado a ver o zulmarinho a se espreguiçar na areia, mas na verdade te digo, camba que o vi muitas vezes, como muitas vezes os olhos se fechavam e só os ouvidos o conseguiam sentir.
Bebo, mermão, não na forma de despedida, mas apenas na forma de te pedir desculpa dos deslizes, das falhas.
No meu olhar, mermão, vais ver sempre uma gota do zulmarinho.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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