A Minha Sanzala

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28 de setembro de 2005

Usando as garrafas...fazendo novo Zulmarinho - XX

Nesta nova mensagem eu queria lembrar-te tantas coisas minhas. Tudo o que sei ou senti desde que nasci até te ter conhecido na forma em que nasceu este amor por ti, por vezes doentio, outras vezes distante e outras aparentemente esquecido, mas fervilhando cá dentro.
Não gostaria de falar mais na opção, porque essa já faz parte do passado, vive-me tatuada na alma, e como sabes não posso rebobinar e dar de novo, porém ela está intrinsecamente ligada a mim. Na outra mensagem, com tanto de amor como de arrependimento, mostrei-me-te. Agora queria que tu descobrisses coisas que nem sonhaste, que nunca viste, que nunca soubeste. Queria que me desvendasses como a transparência deste zulmarinho que se espraia a meus pés, desfazendo-se num lençol salgado de lágrimas choradas.
Mas eu não faço ideia se recebeste a outra e já estou eu a caminhar para uma nova. Sempre fui assim, como sabes. Impulsivo obsessivo. Quero-te e não te tenho. Mas se se te tivesse estarias tu feliz comigo e eu estaria em paz comigo? Será que tu me queres também nesta minha forma de estar e ser? Como vês continuo a ser a eterna dúvida. Continuo a ter a certeza das minhas indefinições.
Se eu, depois de todo este tempo, continuo a ser o mesmo, sujeito a raios e flores, a calor e à indiferença, à vaidade e irreverência, independente na caminhada, de pé, como gostarias tu que eu fosse? Objectivo, como tantas vezes me obrigam ser? Como seria eu sem ter a capacidade de sonhar? Depois de eu ter batido com a porta, naquela opção optada no meio de incertezas certas da altura, perdi a noção do exacto e dos sentimentos. As minhas atitudes, os meus reflexos e o meu norte perderam o foco e eu, aos poucos, tornei-me num ponto de interrogação. Fiz uma opção que não posso dizer se foi a melhor. Mas eu decidi. O que aconteceu dali para frente, assumo a responsabilidade, não sou pessoa de fugir, inventar, omitir, tornou-se um pesadelo que só tu podes acordar.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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