A Minha Sanzala

no fim desta página

24 de dezembro de 2005

Uma estória verdadeira (24)

"Fio": Um café na Esplanada

carranca
Respostas:
1958
Visualizações:
49327
Uma estória veradeira (24) Hoje, 00:20
Forum: Conversas de Café

Depois das despedidas é mais uma hora para ir para a cama. Amanhã o sol nasce outra vez e é dia de mudança. Mudança de kimbo. Aqui algures na Maianga fiquei que nem em casa. Lhes gosto e me está a custar dizer que é amanhã a mudança de sede da minha campanha por estes campos luandinos. Não é que eles não saibam. Foi-se adiando dia após dia mas amanhã tem mesmo de ser. As promessas são para ser cumpridas e têm de ser. Lhes olho na cara e fico a ver nos seus olhos que estão tristes. Ainda não falámos sobre isso mesmo mas se nota no ar um sabor a despedida. Mesmo que seja só para ali ao lado, lhes posso ver todos os dias e todas as horas, se calhar. Mas o coração aperta sempre na despedida quando lhes gostamos de gostar com todo o coração. Sei, sinto, que o meu lugar no coração deles também está gravado, um cantinho grande está reservado mesmo para mim. Mas amanhã, depois de acordar é rumar para outra casa onde sei que já vou chegar atrasado de dias, pois me disseram, nas palavras e no olhar que eu devia já lá estar. É verdade, eu tinha mesmo que prometido na promessa de ir logo para lá. Mas apareceu esta divinal paragem. Eu sei que vou para outro paraíso, rodeado de gente mais que boa. Mas a gente não é de pau e não tem culpa de gostar. Não é que goste mais de um ou de outro. É mesmo só gostar com o coração. Mas como eu já disse eu tenho mesmo de virar homem elástico. Acho mesmo que vai ficar muita coisa para fazer, muita visita para visitar. Muito beijo para dar, muitos abraços para distribuir. Vais ver eu me sinto mais importante que a importância que eu tenho. Mas é esta a minha maneira de ver as coisas que estão mesmo a me acontecer num ritmo alucinante que até parece vou viajar mais na velocidade da luz que do som. Mas agora é mesmo hora de subir, de ir arrumar umas coisitas e depois deitar e deixar o corpo enrolar-se nas montanhas russas dos sonhos.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

Sem comentários:

Enviar um comentário

Podcasts

recomeça o futuro sem esquecer o passado