A Minha Sanzala

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14 de dezembro de 2005

Uma estória verdadeira(17)



"Fio": Um café na Esplanada

carranca
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Uma estória verdadeira (17) Hoje, 18:28
Forum: Conversas de Café
Com estas voltas e caminhadas todas são é horas de arranjar uma banca e ir comer. Pópilas que só pensas mesmo nisso. Eu não penso. Barriga é que parece tem relógio.Vou mesmo aí nesse que se chama de Regente IV. Mais um que lhe desconheço porquê o nome. Mas não faz mal. Me abrem a porta. Parece tem bué de estrelas. Sento e peço. Vou mesmo comer comida brasileira. Venho do final do zulmarinho para o início dele e vou comer comida do outro lado. Isto é que é viajar. O dono não está, angolano que viveu no Brasil e que parece é gente boa. Tudo fiquei a saber que a curiosidade não deve ficar solteira por isso lhe arranjei maneira de a satisfazer com um empregado muito simpático. Comida acompanha o aspecto. Fiquei cliente e recomenda-se. E agora, me pergunto, que vou fazer? Continuar a caminhada ou voltar para o fresco do sofá debaixo do ar concessionado? Vamos mas é andando e mais daqui a pouco a gente decide.Me disseram que se tivesse problemas de comunicação eu devia de ir na SISTEC. Mas será que eles resolvem também o problema de comunicação entre mim e eu? Me garantiram que sim. Acho vou mesmo beber café com o boss do sítio. Combinámos que um dia eu ia aparecer e esse dia pode ser mesmo hoje. Me perdi. Desconsegui de dar com prédio que lá em cima diz SISTEC, um outro camba que lá trabalha deve estar com o telefone colado no tecto pois não atende para me socorrer. Vais ver lhe assaltaram outra vez. Acho mesmo que desporto dele é ser assaltado. Fica decido entre o mim e o eu que fica para outro dia. Eu sei ele vai compreender. Assim descobri que o que me falta é um mapa de toda a cidade. Vou na sua procura. Desconsegui arranjar. Nem me disseram que talvez ali ou acolá consiga arranjar. Prontos, concluí, não há! Quando dou por mim estou mesmo num prédio que lhe ouvi ter nome de baptizado de Tchechénia. Lhe contei 15 andares mas desinteressei continuar a contar quando ainda faltavam mais uns quantos. Me contaram a sua dele estória. Mas que nem é preciso. Vê-se. Ali atrás do largo Kinaxixe, prédio desacabado noutras eras, mussecado noutras mais recentes. Lhe chamei o musseque vertical. Penso mesmo que quem mora lá no último andar nunca mais veio aqui na cidade. Eu desconseguia. Cansado e tonto ficava se tivesse que subir ou descer todos aqueles andares a pé. Mas não tem alternativa quem mora lá. Vai a pé ou vai no colo. Outra maneira não tem. Acho mesmo é problema para o Governo Provincial de Luanda tem de resolver rápido. É problema de saúde pública. Se não resolve dentro da cidade vai mesmo resolver quando o periférico? Mas eu estou aqui para arranjar soluções ou estou mesmo só para ver? Acho que mesmo para os dois. Te tu alheias então podes crer nunca mais vês as coisas na solução. Quando voltar lá no outro prédio que tem de deixar identificação e essas coisas eu lhes vou falar disto. Resolver eu não consigo, mas alertar eu sei que posso e devo que fazer.


enquanto andam noutras mesas aos tiros aos pés, em guerras que já perderam, em História que não se refaz, na apologia do culto da personalidade à custa de quem de facto a tem, na vã tentativa de angariar filiados para causas falidas ou petições de indole duvidosa, cá vou eu vertendo pela goela as birras loiras estupidamente geladas e contando as minhas estórias, tentando manter a minha sanidade mental, saltando páginas de 'livros' que não têm interesse.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

1 comentário:

  1. Conterra, deste ideia!! Vou propor ao CA da SISTEC, que em toda esquina de Luanda ponha letreiro a indicar caminho para ela!!Só assim qq cidadão pode encontrar SOLUÇÕES!
    Aqui no mato temos a montanha que é bussola...
    Olha, deixa acrescentar no teu rodapé aquela filosofia de indio:
    " Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar".
    Quando lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu:
    "Aquele que eu alimentar"
    Abraço
    Armanda

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