A Minha Sanzala

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16 de fevereiro de 2006

Uma estória verdadeira(62)


Ele fez anos e quer comemorar como deve que ser. Alugou ou pediu emprestado, que eu não quis nem saber, o Reino de Maconge, convidou para aí umas 50 pessoas e vamos lá comer e farrar até ser dia, pelo que temos de estar descansados. Enquanto fazíamos horas tentámos a net mas ela não dava porque o telefone só dava mesmo para ligar só para o local ou o mais longe era Namibe porque está com ligação com fibra óptica. A trovoada parece que deu cabo da central que liga lá ao satélite ou coisa que valha. Isto eu sei de ouvir conversa cruzada num cruzamento de gente. Também ouvi, no meio de muita gargalhada, que tinha havido uns cambas lá da cidade do Deserto ou arredores que essa parte eu não apanhei, mas tirei o retrato que devem ter sido mapundeiros que se foram estabelecer lá na beira mar, que tinham comprado um VSat, se não sabem o que é não perguntem a mim mas aproveitem para ver no site da SISTEC ou perguntem a outro, e que depois dos técnicos montarem tudo direitinho, antena posta e tudo, quiseram experimentar e eles não tinham computador. Que é isso? Aproveitei para ficar a saber que VSat precisa de computador numa ponta que na outra tem uma parabólica. Vais ver foi só mesmo falta de informação e já estão a aproveitar para fazer anedotas do incidente. E com estas coisas o tempo se foi passando, gravadas as músicas no tal de pen comprado antes, e está na hora das senhoras se irem arranjar porque como sabem elas demoram mais do que o tempo necessário para essa tarefa. Se alguém tivesse se lembrado de ir na oficina arranjar o cabelo então é que iam ver qual o tempo necessário. Mas a senhora directora não tem cabelo que precisa ir na oficina, lhe fica mesmo bem assim o cabelo curto lhe dando uma feminilidade fora do normal, mais não escrevo porque não quero parecer que estou a elogiar. Hora combinada lá fomos nós para os Reais Paços do Reino de Maconge que fica mesmo lá na Senhora do Monte, na curva do Garrafão. Já viram bem a combinação? Mesmo a calhar ou terá sido mera coincidência? Lá chegados pouca gente lá estava. Os poucos que não lhes conhecia fui apresentado e logo me deram de presente uma birra mais que bem gelada, estava no ponto. Uns chouriços da Mapunda assados à maneira e que delícia que eram. Conversa e há que visitar a galeria de fotos antigas. Em quase todas vi família por lá. Eles também são muito mais que as mães. Ai família grande. O camba dos anos ninguém sabia dele. Todos se perguntavam a todos e nada. Telefone chama mas ninguém do outro lado diz alô. Mais umas quantas birras geladas para matar o tempo e desenferrujar a língua. Aprendemos História, ouvimos contos e lendas, ficámos a saber de coisas mais em pormenores de outras eras que nos tinha passado ao lado porque na idade era o que menos importância tinha. O tempo passava e lá por fim o Abraão chegou.
Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

2 comentários:

  1. Angola actual opu Angola colonial. Tanto branco junto!! tá visto que só eles vao a restaurantes. O preto pobre não tem acesso. Igual ao tempo da outra senhora.

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  2. Adilson P.
    Uma vez enganado. Não era um restaurante - se tivesses 'perdido' tempo a ler o texto sabia-lo. O outro aniversariante era de raça negra. Mas o que é a raça? O pigmento que nos diferencia? A impressão digital que faz com que seja diferente de um meu irmão. UJá ultrapassei há muito esse conceito. A análise do DNA não mostra diferença. É um complexo seu, um problema que você tem de ultrapassar.
    Cumprimentos

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