A Minha Sanzala

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23 de março de 2006

Uma estória verdadeira (77)


Porque é que só agora eu vou descobrindo estas coisas nas minhas duas terras? Aqui só pode ter mau olhado. Eu vi mal ou andava mesmo cego. Vais ver esses matumbos que viveram ao lado da minha vida, também não sabem disto. Serão poucos os que sabem, porque se muitos soubessem eu quase de certeza seria um deles. Já sei que nessa altura os meus olhos e o meu pensamento estavam virados para outra coisa que eu pensava ser mais digna de um adolescente. Será que tou a virar cota e a ligar a coisas assim? Hum, não me cheira que seja assim. Andavam era a esconder estas coisas para a gente não solidificar algumas coisas na cabeça. Penso eu, que dessas coisas pouco sei. Já conheci mais maravilhas do Arquitecto nestes dias que numa vida que passou.
Depois dali e de ter desistido de ir no Tombua , virámos e fomos andar no deserto. Ver o pôr-do-sol no deserto com a esperança de ver alguma gazela. Mas acho era dia de folga delas e por isso nem uma só a gente viu. Como já estava escuro a gente ao longe vu mais alguém que estava a passear no deserto. Depois a gente viu-se a placa a dizer Virei e aí a gente virou para trás. Nos esperava um banho quentinho que a gente já merecia de tanta emoção que até fez transpirar a alma. Voltámos no nosso Hotel e nos lavámos. Hoje era dia da gente ir jantar os três. Fomos comer, para não variar, no mesmo sítio, um peixinho mais fresco e saboroso que até apetecia repetir, mas isso foi logo ali repensado que era impossível pelo excesso de peso que a gente podia acusar no Tico quando a gente voltasse para trás na auto pista da Lucira. Fizemos questão e Lan fez-nos companhia para jantar e depois para mais uns quantos dedos de conversa no Murianga Bar.
Foi assim que a gente terminou o dia 2 na terra que me viu cair das pernas a primeira vez e onde eu bebi o primeiro gole de água.

Sanzalando em Angola
Carlos Carranca

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