A Minha Sanzala

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2 de julho de 2006

Domingo


Domingo. Um dia sem destino destinado a ser passado em contemplação.
Tu não dizes nada. Ouves as estórias no teu silêncio interrompido apenas pelo ar da tua presença. Estás estátuariamente petrificada me ouvindo. Se não te olho nem sei que estás aqui. Se intervalo para beber uma birra gelada, noto na leve brisa que pestanejas. Eu sei que ficas aqui a ouvir-me apenas porque queres saber que do outro lado da linha recta que é curva existe um lugar. Existe uma paixão. Existe um ar, que se o respiras, ficas agarrado nas kiandas como quem mergulha num interior de si mesmo, te vês no espelho do lado de dentro. Te corre uma lágrima que eu sei que é uma gota perdida do zulmarinho, solta quando ele nos veio acariciar com a sua espuma branca.
Domingo. No início do zulmarinho, sentado na beira dele está alguém a me ver, a olhar por mim e a contar-me os seus segredos, as suas narrativas, os seus sonhos. Eu aqui, no fim dele, lhe escuto e lhe dou os meus olhos e a minha boca para te contar os sons que a maresia me envolve num suave perfumar.
Domingo!

Sanzalando

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