A Minha Sanzala

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30 de julho de 2006

Mar, principio de vida

Caminho num passo parado de olhar no distante como quem ver mais além da capacidade de ver. Tu me acompanhas ao ritmo que te apetece. Mas a verdade é que me acompanhas num ouvir de silêncios e sem lamentos, sem lágrimas que não os salpicos do zulmarinho que nos refresca na união de uma eternidade.
Estamos geneticamente unidos na vontade de sermos uma luz sem reflexos e decomposições prismáticas.
A transparência azulada deste zulmarinho morno me faz ver uma claridade, um rumo recto, muitas estórias carregadas de sons e sonhos, que te conto numa flutuação de voz enrolada pela emoção, vivendo cada palavra como fosse a última.
Acompanhas-me neste sonho de amor, sentindo o que eu sinto, compreendendo cada palavra, cada gesto, como se fossem teus também.
Um dia vamos ter que responder por esta cumplicidade cúmplice de vida vivida a dois. Trazemos o sonho da união da terra e do sonho. Nosso pecado. Mais meu porque eu é que te enrolei num tempo de te fazer-te ouvir-me, perseguição de sonhos que teimo enm tornar realidade.
Tu sabes que eu absorvo as lágrimas antes delas rolarem na minha cara, não porque eu não choro, não porque o zulmarinho ficaria mais cheio, simplesmente porque eu vivo o sonho de ter a capacidade de lhe viver em cada instante, sentir-lhe o perfume de terra molhada, trazido pela maresia que me enrola como um manta em dia de Inverno e de ter a verdade de lhe viver, mesmo quando ela está lá do outro lado da linha recta que é curva. Tenho a capacidade de lhe sentir, mesmo quando me parece distante, fria e apática.
Às vezes está ocupada em si mesmo e finge que não lhe existo, mas eu sei que simplesmente finge. Quer-me como eu lhe quero. Mesmo estando eu aqui no final do zulmarinho e ela no início dele.
E tu aqui a meu lado, umas vezes atrás, outras ausente, me acompanhas fielmente, neste amor sem adultérios, sem enganos, pacientemente ouvindo-me falar dela num nunca mais acabar.
Desde os tempos mais antigos, quando o homem não consegue compreender o mundo externo, cria representações místicas. Assim, a humanidade mistificou desde o nascer ao pôr do sol, o crescimento das plantas, o nascimento e a morte. Eu lhe mistifico no amor que lhe sinto. Vivo-lhe a Primavera amorosa e te transmito estas minhas estórias para que consigas crescer neste sentimento de mar, princípio de vida.
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4 comentários:

  1. Viva Carlos:

    Tu e a tua veia literária.
    Bonito texto...quasi poético.

    Obrigado pela tua visita ao EG.
    Um abraço,

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  2. JAMostardinha:
    Sempre um prazer, aqui e lá no EG

    Cristiano Contreiras:
    Obrigado pela visita e é com gosto que te convido a não 'faltares' a passar por aqui

    SJB
    e eu a ti.

    ResponderEliminar

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