A Minha Sanzala

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31 de julho de 2006

Medo de ter medo

Vamos, caminha comigo aqui onde acaba o zulmarinho e começa a areia de mil cores. Molhamos os pés para nos arrefecer por dentro. Trás as birras estupidamente geladas para que eu consiga te falar as coisas que te quero falar sem interrupções. Em gente que acredita num ser superior, tem outros que são assim como que agnósticos e outros ateus. Mas a verdade é que tem uma coisa que se supera nessa coisa e se chama de medo. E esse aí foi mesmo criado pelo homem.
Só criança mesmo não tem medo porque ainda não se magoou. Ele se atira nos braços do pai ou da mãe, assim sem medo, sem pestanejar, porque sabe que esse não lhe vai largar. Mas se algum dia se der um acidente ele vai continuar a saltar assim, sem pestanejar? Lhe tenho dúvida completa. Tas a ver porque é que a gente às vezes tem medo? É mesmo porque teve experiência antiga que marcou lá nos subterrâneos do consciente.
Mas às vezes a gente tem de fingir fecha os olhos e se atira. Sabendo no caminho os pontos onde se segurar se alguma coisa correr mal.
E aí tu perguntas e se falhar como vai ser.
A minha resposta é assim certinha e sem dúvidas – não sei!
Olhas no zulmarinho e lhe vês alguma coisa de errado? Tem gente aí que tem um medo de lhe entrar. Até esquecem de respirar só de lhe pensar.
Tas a ver que neste mundo de contrastes, de opiniões tão diferentes, do que é o bem e o que é o mal, dos que vivem, dos que sobrevivem e dos que vegetam, neste mundo do verso e do inverso, de maré alta e maré vaza, parece que não há espaço para o imparcial e racional.
Só tem espaço os que conseguem sonhar, os que conseguem ver que tem um mundo para lá da linha recta que é curva.Anda, abre aí outra birra loira estupidamente gelada, que estou a ferver. Vais ver é do sol e não de ter pensado no medo de ter medo
Sanzalando

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