A Minha Sanzala

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8 de julho de 2006

Não me percas de mim

Hoje corro, chapinhando lágrimas por todos os lados.
Hoje me apetece recuperar todo o tempo perdido. Por isso corro a ver se ele se deixa encontrar.
As gotas do zulmarinho me encharcam, da cabeça aos pés. Todo eu pareço que choro. Gotas de suor numa mistura de lágrimas do zulmarinho.
Será que tu vens atrás de mim a me ouvir? Não posso olhar para trás que meus olhos estão fixados num amanhã.
Não me percas. Por favor, não me percas. Não deixes que se afaste do meu pensamento esse lugar incerto e vago que substitui o meu corpo na minha mente. Não percas os meus olhos, a minha boca, as formas e delicadezas em que me compuseste, nem me deixes violar os meus sentidos. Não percas os meus gestos mesmo que eles fiquem longe do teu âmago.
Não me percas. Por favor, não me percas.
Não permitas que eu me desprenda dos teus cabelos, que o teu nome seja um silêncio triste em minha boca, que os meus dedos esqueçam a medida do teu dorso, a textura da tua pele, o teu perfume.
Não me percas. Por favor, não me percas de mim.

Sanzalando

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