A Minha Sanzala

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7 de agosto de 2006

Para sempre

Anda daí. Vamos caminhar para sempre ao longo do zulmarinho. Aqui no fim dele ou lá onde ele começa, vamos caminhar para sempre. Para sempre, e tu sabes qual é a minha opinião do para sempre. Sabes que mais não é do que um dia depois do outro. Ou seja, para sempre é uma construção. Em princípio é um princípio que não existe. Mas basta que façamos a mesma escolha sucessivamente e teremos construído o para sempre. O que quero dizer é que o sempre não é magia, nem tão pouco, um tempo que pré-existe. Ele é consequência. Nada mais que consequência de uma sucessão de dias, vividos minuto por minuto.
Quanto ao amor, tem gente que acredita que só é de verdade se durar até que a morte os separe. Outros, que nem eu, pensa só que seja eterno enquanto dure. É a variável do eternamente para sempre.
Eu admiro a coragem de quem vai até ao fim, de quem se entrega inteiramente ao que sente, de quem se permite viver aquilo que seu coração pede até que todas as chamas se apaguem. Mais do que isso: até que as brasas esfriem e depois de todas as tentativas nada mais possa ser pescado do fogo que já ardeu.
Olha bem que te digo que ouvi esse zulmarinho me ditar que para os erros há perdão; para os fracassos, nova oportunidade e para os amores impossíveis, há tempo. De nada mesmo adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma na busca do impossível. Um romance cujo fim é indolor não é romance.
Sanzalando

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