A Minha Sanzala

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5 de agosto de 2006

É tempo de terminar

Caminho contigo neste final de zulmarinho, olhando sempre de olhos abertos para lá da linha recta que é curva e com a certeza que vejo aquilo que te falo nas palavras simples e descomplexadas por serem simples e carregadas dum significado que nem nos dicionários lhes vem o peso.
O inferno ainda não foi totalmente embora, mas começando por baixo se vê a vida que floresce e ganha força. As coisas acontecem na frente de nossos olhos, estão lá, lentamente, pulsando, esperando o momento certo para vir à superfície num mar de certezas e de realidades que palpas se não acreditas no que os olhos vêem.A nossa terra vagarosamente se recupera de um parto parido em dor e sangue. Ela é acordada, então, pela luz dos dias, que se tornam gradualmente mais longos, mais claros, mais puros, que te diria mesmo mais saudáveis. É mais dia cada dia que passa.Este filho já não é mais um bebé, pois já gatinha num gatinhar que se vê é rápido, ágil e desenrascado, e seu poder é sentido no morno calor dos dias, agora um pouco mais compridos. Este calor fertiliza o seu chão e propicia ao longo de um próximo período a germinação das sementes que se estão a espalhar de um modo ritmado, simétrico e rimado com as palavras do dia a dia.
A força e a luz estão crescendo e nós até parece crescemos com elas.
Nos apetece acender velas por toda a casa, por toda a rua, por todo o quarteirão, por toda a cidade, por todos os caminhos, por toda terra, como se fossem janelas, para celebrar a vinda deste sol e mostrar ao mundo e seus arredores que ela segue o seu caminho num passo seguro, rumado num destino progressivo de progresso.Eu te digo mesmo que se segue como num festival de luz e de inspiração, uma época em que esse trajecto se torna mais claro e as sementes que crescerão mais tarde começam a se agitar dentro de nós, a mexer connosco num merengue que corre nas veias, nossas e dela.
Está na altura de nos purificarmos e prepararmo-nos para o crescimento e para a renovação. É momento de limpar e preparar nossas mentes e corpos para o nosso próprio ressurgimento no ressurgir dessa terra que nos corre nas veias e não nos sai da cabeça que pensa.
A terra está a apagar num vai-te embora os escombros dos últimos anos com a sua sagrada vassoura de consciência e caminho certo de certezas futuras. Ela ocupará o espaço vazio com novas ideias e novos caminhos.
Assim como ela, a gente se deve preparar e preparar o terreno para que novas sementes possam germinar em nossas vidas.
É tempo de terminar de banir o velho para que o novo possa entrar sem receios e sem entulhos estuporantes..

Sanzalando

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