A Minha Sanzala

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6 de dezembro de 2006

Estou nas tuas mãos

Estou nas tuas mãos

E no tecer do dia, acabadas as horas depois do sol-posto cor de fogo lá para os meios do oceano, a minha luz se acende num melancólico silvar esquecido nas palavras caídas por terra, as minhas pernas cresceram na alegria de uma véspera de nascimento de palavras vãs que me despertam no amanhecer de um ódio feito amor.
Ouço flautas ancestrais entoando sons de euforia enquanto as minhas mãos angelicais se preparam para uma guerra de séculos num lutar de ladrões que nos roubam o dia dando-nos a noite e, na minha cara, rolam lágrimas que choram os filhos da tristeza que ditosa paz se enchem de fúria por um amor que quer que sejamos iguais.
Ouço um cântico solene de lágrimas derramadas num torno de espadas fundidas nos pescoços de cabeças cintilantes que acabam de se levantar num acordar de sonhos em que o ódio foi trocado por amor.
Ouço um grito abafado dentro de mim, tentando evadir-se por campos abertos, vejo sombras sem objectos, pulsações pululam desritmicas.
Meu ódio por ti sabe a amor fervente, vassalo sem voz, sonho sem noite, dia sem luz, chuva sem nuvens, tempestades de calor interno.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Complicado. Um turbilhão de emoções. E mais neologismos (desritmicas...). Ah ... parabéns pela passagem do Porto e votos (antecipados) de um feliz fim de semana alargado.

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