A Minha Sanzala

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14 de junho de 2007

Os sonhos que sonho

Hoje caminhamos ao sabor das palavras. Eu, tu, o zulmarinho, a brisa, a maresia e a força do que querermos. Não posso esquecer o que trago dentro do coração, os sonhos que sonhei e lhes vivo em cada dia que vivo. Não posso esquecer o perfume da terra molhada depois duma tropical chuva que se abate sobre mim, me molhando até aos ossos sem me dar tempo de procurar um abrigo, Não posso esquecer o cheiro do óleo de palma a ser cozinhado, me abrindo o apetite num esquecimento de que a vida é mais que comer e dormir. Não posso esquecer a areia dourada se perdendo de vista numa calma que até atrofia o mais nervoso. Não me posso esquecer de olhar no horizonte e ver o verde mais verde do calor tropical.
Nesta caminhada que fazemos aqui no final do zulmarinho, se fosse feita lá no início dele, já tínhamos feito sauna, marcha e tomado banho, assim num piscar de olhos em que as lágrimas são lavadas.
Já sei que me vais dizer que eu me deixei conquistar por uma ilusão e que me perdi no rasto da minha estrada. Eu sei que é isso que estás a pensar, porque se percebe na tua silhueta.
Mas na verdade eu te digo que pode ser sonho, mas é um sonho bom de ser sonhado, é um sonho que procuro viver sempre.
Se eu não tivesse este sonho tu estarias a viver a minha vida como se fosse um deserto mais arenoso que o deserto dourado que te falei, estarias a morrer de sede de viver, estarias sob um céu desestrelado onde não podias nem respirar por estares afogada de infelicidade.
Foram tantos os momentos bons que lhe vivi que ainda hoje sinto as suas carícias e o seu perfume parece estar entranhado dentro mim.
Foram tantos os momentos bons que lhes sinto nos meus lábios como se fossem beijos que ainda não beijei.
São todos esses momentos que procuro e outros que eu sei lhes vou um dia encontrar e então, de sorriso aberto, peito descoberto te gritarei que sou feliz mesmo.

Sanzalando

1 comentário:

  1. Olhe, acredito firmamente que persegue um sonho vivido autêntico, por ser sentido, sincero. O seu sonho deambula num ir e vir constante da vida que ama. Daí a necessidade de um abrigo que ampare, aconchege e esteja presente, remetido e incumbido na protecção incessante, contínua.
    Sim! É feliz.
    A felicidade habita-o nas palavras soltas e eternamente sonhadas com alegria que expressa. Não! Não é uma ilusão, é uma realidade bem real, evidente e visível. Eu acredito.
    Belo texto.
    Abraço e estima
    pena

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