A Minha Sanzala

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11 de julho de 2007

Eu e a Solidão

Sentado no meu canto, olho o mundo como quem está de guarda, vigilante porem calado para não perder pitada do que vê.
Deixaste a janela entreaberta o suficiente para que a luz te colasse no corpo um vestido de sombras, construísse um caminho por onde eu possa percorrer com as minhas mãos num trânsito suave de carícias, rotas para um beijo.
Sei que estou só. Dormes profundamente para me deixares na solidão. Eu e a tua silhueta. Eu e o desejo. Eu e o teu respirar de sono profundo.
Sentado no meu canto, olho-te. Calado para te ouvir, se calhar até fecho os olhos para te ver melhor na concentração da imagem gravada.
Sentado no meu canto, eu e a solidão.
Até quando?


Sanzalando

6 comentários:

  1. Essa, não é uma pergunta fácil de responder...a solidão é um estado de espírito, que foge ao nosso controlo, que escapa à racionalidade...

    Boa semana.

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  2. Viva Carlos:

    A solidão esta indelevelmente ligada a um estado de espirito.
    O ser humano, egoísta, julga-se o "centro do mundo" e esquece que esse "mundo" existe para além dele.

    No meio da tua solidão és um homem feliz.
    Dá "graças" por isso.

    Um abraço,

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  3. Amigo Jotacê:
    Vigilante das portas e entradas do Mundo.
    Não! Não está só.
    A própria solidão faz-lhe companhia, acredite! Muita companhia!
    Bela a sua forma de delinear os pensamentos.
    Abraço e estima
    pena

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  4. Até quando?

    Enquanto escreveres "Eu e a Solidão".

    Penses mais na "tua silhueta", no "eu e o teu respirar", no "eu e o desejo".
    Assim não haverá tempo para a "Eu e a Solidão". beijos
    Pi

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  5. A solidão é um assunto que sempre marcou
    Hoje comecei a estudar a solidão daqueles que se sentem sós, aquele estado de alma que sufoca e mata
    A solidão. Aloja-se em quem não se sente feliz. É um triste sofrimento, é uma mágoa, uma arma perigosa, lenta, de Autodestruição. Existem aqueles que vivem acompanhados mas que no fim, também não são felizes. Aqueles que vivem sós, também não o são. É como viver dentro duma bolha, dentro de qualquer coisa que sufoca...
    Quando se quer tudo esquecer, até de por um tempo, o verbo amar não conjugar,
    o verbo que nos dá o sentido de viver, AMAR. Amar em todas as áreas da vida, em todas as direcções e orientações. Mas a atracção pelo o amor não existe, não! Quando se está distante, o coração se parte de saudades. Mas quando se está presente elas são insuperáveis
    Deixar que a fúria, a raiva, a revolta, a tristeza se acomodem no seu coração, é maléfico para a saúde. São sentimentos negativos cujas sementes, sem travão, corrompem o corpo e alma e a colheita, a consequência é o mal-estar, a doença, a depressão. Estes sentimentos negativos oprimem e esmagam como se fossem uma enorme rocha que nos despedaça, o coração. E tudo se torna uma ferida que não seca. Somente o amor é que pode curar, secar essa ferida, sem notar que por baixo dele existe um coração que contra a morte ainda resiste.

    Ao longo dos tempos, a solidão foi um assunto que sempre marcou muito as pessoas, novas ou velhas, de qualquer classe social. Mas considero mais marcante na terceira idade.
    Foi a Nau que me incentivou com um texto e um poema que li no blog dela. Essa vontade de escrever sobre o assunto cresceu e voltei-me para a minha vida de criança. Sim! A vida desta criança pode ser também como a de algumas pessoas que querem desabafar mas não conseguem. Também há pessoas aqui na net que desabafaram comigo lamentado que estão numa profunda solidão.
    Também li num Espace de uma amiga minha um poema sobre a solidão.
    Desde o dia em que eu vi a luz pela primeira vez, até à idade da minha adolescência, vivi em plena solidão. Aprendi a sobreviver. Hoje sou consciente, que nunca estou sozinho. Ao meu redor, vivem e guincham biliões de seres, que não vejo, e não ouço mas eles me vêem e me ouvem. Quero ser sábio, compreender a Natureza, a minha Deusa para que eu possa ser mestre da vida e adorar em mim; todo o ser vivente que no meu corpo habita, para que eu seja saudável e feliz.
    . Eu amo o meu corpo e a minha inteligência. Eu sou desprendido, nada me prende. Alto e livre como as aves do céu.
    Esta caminhada tem que ser simples e clara para que toda agente compreenda o claro e o escuro.
    Eu sei que a minha forma de pensar faz sentido, pela lógica da comunicação, de que as pessoas antes de chocarem e entrarem em conflito devem dialogar, mas as civilizações podem chocar muito mais violentamente.
    As pessoas trabalharam quase uma vida, uns foram grandes personalidades, outros simples funcionários, uns divertiram-se mais outros menos mas quando chegam a uma certa idade sentem-se muito miseráveis, muito infelizes.
    A vida é como um curso escolar, há sempre uns que vão para a frente e há aqueles que ficam para trás
    Hoje em dia, na nossa vida do quotidiano, toda agente corre stressadas, com este espírito de campeonato. Hoje as pessoas são permeadas nesta nossa civilização
    Ninguém tem tempo para ninguém. As pessoas passam a ser monótonas, melancólicas, e estas são, na minha forma de pensar, as principais causas que estão na origem da nossa infelicidade.
    Isto não acontece somente nos países civilizados. Eu falo com as pessoas na rua ou eu leio qualquer artigo, e as palavras ocidente, ou civilização moderna, são uma perfeita máscara para um conjunto de interesses. Mas na verdade vos digo, isso é o estado natural da Humanidade modelada pelo homem.
    As pessoas vieram ao mundo sem pedirem. A família deu-lhe o empurrão básico mas forte, outros levaram só um empurrãozinho. Mal ou bem foi um salto para a vida. Uns souberam aproveitar , mas outros não.
    A vida deu a cada um de nós diversos caminhos e diversos encantos e nós, a partir do nosso primeiro passo para uma vida real sem brincadeiras. Isso é, como as aves quando saem do ninho, dão o seu primeiro salto para as profundezas, o primeiro voo para a sua vida autónoma. A partir daqui, somos nós que construímos o nosso próprio caminho do amanhã, do futuro. Pois o homem é aquilo que pensa.
    Porque cada dia que as pessoas vivem, há um maior desperdício global do amor.
    O Amor que não damos aos nossos mais queridos e ao próximo, o pouco tempo que temos e o que resta de forças podíamos arriscar dar mais atenção às pessoas, aos nossos velhinhos, para que eles se esquivem do sofrimento, para que não percam a felicidade, o gosto de viver.
    As pessoas devem pôr de parte as telenovelas, a bola e etc. E dar mais atenção aos seu pais e avós, não se limitem a dizer que “sim.
    Sem comunicação entre os seres, não há raciocínio e nem desenvolvimento, a pessoa começa cada vez mais a ficar isolada, portanto, não há sobrevivência prolongada para o individuo.
    O homem é um ser social e como tal tem a imperiosa necessidade de comunicar. Foi dotado de excelentes meios para fazer, os seus sentidos. Cada sentido é uma ponte entre dois mundos: o que existe dentro e o que existe fora do homem. Cada homem normal dispõe assim, dos seus instrumentos naturais de comunicação é capaz de ver, de ouvir, de falar de forma articulada, e vestir desta ou daquela maneira, de agir desta ou daquela forma.
    A pessoa quando chega a uma avançada sente a Solidão como algo fora do normal. Falta-lhe o riso, só lhe dá para chorar, um aceno de cabeça, constituem um sem número de processos. Os pais idosos precisam da comunicação sem limites com os filhos adultos ou com os netos. Basta-lhes só ver, ouvir e falar com os seus mais queridos, de agir deste ou daquele modo.
    Abram os vossos braços como as crianças o fazem, e não se limitem a dizer “Mamã, papá eu amo-te!” E abrindo os vossos bracinhos irradiem o vosso grande amor. Assim podemos também fazer, aqui na terra, um paraíso.
    As pessoas que estão na solidão, mesmo com idade mais avançada, também podem tentar um companheiro ou uma companheira e criar um paraíso perdido. Para que não tenham mais a privação de companhia, desfrutem os vossos desejos que não foram desejados nem queridos, ide ao encontro de alguém para preencher esse grande vazio. Podem não encontrar, mas ide para a frente pelo caminho da vida. Recuperem e compensem o que nunca vos foi dado, não tenham medo!
    Se é uma mulher ou homem não espere que os outros venham ter consigo. Vão ao encontro do outro e confessem-se apaixonados, apaixonados pela vida. Tenham a coragem para a acender essa chamazinha, para se livrarem de agonia da solidão nem que seja só por um dia ou uns meses de felicidade. Deixem-se de complexos, e ide à luta, de uma maneira deslumbrante. Desenvolvam-se e criem algo para vós, um plano. Mas, não criem um mar de conflitos internos, essa luta intra pessoal só prejudica e faz surgir barreiras. Além disso, os conflitos com a família, quero eu dizer, com o que os outros dizem sempre. Enfrentem esses conflitos horríveis para que tenham força de atracção do que estão a sentir por alguém.
    A maioria dos familiares temem perder a herança, ou seja o teu património. Ide em frente! Não ouçam os outros. O que vos importa é unicamente o que vocês têm de fazer, e não o que os outros pensam .
    Há sempre pessoas que acreditam saber mais que vós e o que é melhor para vós.
    Vivam neste mundo, de acordo convosco próprios, para que possam viver independentes da solidão.

    Manuel o eremita

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