A Minha Sanzala

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24 de junho de 2010

Diálogos duma só voz (XIV)

- ... escusas de fingir que não estás a chegar que eu bem te ouvi...
- Estavas parecia tão embrenhado na intimidade da tua existência que eu não quis incomodar.
- Pelo menos hoje não começaste a me chamar de obeso ocioso e sonhador de faz nada...
- Hoje me apeteceu ficar aqui a olhar-te apenas. Como quem não quer nada, nem ouvir nem falar. Talvez imitar-te e conseguir chegar ao teu patamar, onde pareces que és feliz mesmo quando choras, onde te sentes acompanhado mesmo quando estás sozinho.
- Contagiei-te? Não te quero igual a mim... com quem mais eu ia mandar vir?
- A tua nostalgia, o teu querer e a força com que mo mostras...
- Faz-te feliz a minha dor...
- Às vezes o teu silêncio diz-me mais que as tuas palavras, o teu olhar vazio mostra-me um mundo que eu não conseguia ver...
- Me parece que hoje nos contraiamos. Eu sou tu e tu és eu...
- Quero ser feliz sem ter que parecer o mau.
- Está na essência, às vezes temos que ser assim, falsos como crocodilo ou leves e belos como borboleta.
- Como eu gostava que tu conseguisses ultrapassar as distâncias...
- Um dia, mais cedo ou mais de tarde ao cair da noite eu vou consegui. Tu sabes...

Sanzalando

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recomeça o futuro sem esquecer o passado