A Minha Sanzala

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20 de dezembro de 2010

balanço-me no tempo

Sentado num por aqui algures continuo a fazer o balanço. Não sei se vale a pena, se aprendo ou apreendo alguma coisa. Não sei mesmo se a quantidade de matéria tem forma de ser contada, analisada, quantificada e classificada. Mas faço um balanço, quanto mais não seja, para ver se já perdoei erros imperdoáveis, se já substitui gente insubstituível na minha vida, se já me decepcionei com gente indecifrável, se já abracei para me proteger, se já ri quando o não devia ter feito, se já chorei quando devia sorrir, se já fui amado e não soube amar, se já abafei o silêncio da dor calada da saudade, se já me calei para ouvir a tua voz, me sentei para te admirar na penumbra da minha inexistÊncia.
Sentado por aqui, morrendo de tristeza, afogado de nostalgia e saturado de saudade, contabilizo o tempo que falta para deixar de tempo.
Se eu soubesse que era amanhã eu diria que ainda tenho tanto para fazer e pedia um adiamento.  Mas como não sei quanto tempo tenho de tempo para pensar no tempo que me falta, contabilizo amores, saudades e lágrimas, sorrisos e gargalhadas, cartas rasgadas antes de serem escritas. 
Sentado por aqui contabilizo-me num balanço, como quem repousa na beira do mar sereno dum dia de inverno.




Sanzalando

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