A Minha Sanzala

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28 de novembro de 2011

vagabundo-me

Vagabundando por saudades e nostalgias dou comigo num beco sem saída, de sorriso em riste, e em altos berros indago-me porque desconheço as razões das nossas aproximações não serem mais que meras intensões. Tantas vezes interrompidas, tantas vezes voltadas atrás, tantos cruzamentos desfeitos em coincidências.
Vagabundando-me indago-me porque habitas a minha solidão.



Sanzalando

26 de novembro de 2011

daqui veho, sinto e ouço o mar.. Apenas

Daqui vejo o mar. Daqui sinto o mar. Daqui ouço o mar. Mas daqui não me aqueço com este mar.
Na verdade o que eu gosto mesmo é de sentir. Sentir de verdade, intensamente. Amor. Paixão. Qualquer coisa que me faça tirar os pés do chão, qualquer coisa que se chegasse como as ondas de rádio eu colocaria em FM, no fundo da memória para não mais perder e com qualidade. Pode ser qualquer outra coisa desde que me faça o coração bater mais forte e me faça sentir borboletas voando na minha alma.
Daqui vejo o mar. Daqui sinto o mar. Daqui ouço o mar. Mas daqui não me aqueço com este mar.
Na verdade não sinto mais nada que cansaço, vazio, normal.

Sanzalando

O mar. Amar. Dizem que ambos são infinitos.


Sanzalando

23 de novembro de 2011

uma manhã de nostalgia

Me atiro no areal da nostalgia e disparo o olhar para a frente. Ainda há motivo para sorrir. 
Todas as manhãs dum amanhã. 
Eu sei que tudo é um temporário pretérito imperfeito lavado em lágrimas choradas em silêncios, gritos abafados pelo romper da madrugada, quarto minguante dum sonho que não cresceu e como tal não floresceu. 
Mas amanhã, noutra manhã, o sol vai brilhar, vai-me chegar para eu sentir, uma brisa suave do teu verão e a corrente de ar vai soprar num murmúrio que parece dizer que nos completamos. 
Espera só por uma manhã de amanhã.






Sanzalando

17 de novembro de 2011

porque te amo

Olho no espelho retrovisor da vida e me estanco em pensamentos lineares. 
Voltava a fazer tudo na mesma e de igual forma. Sem tirar nem pôr. Depois eu ia querer tudo outra vez, esperar as eternidades, chorar quando o tivesse já feito, gargalhar quando era de gargalhar. 
Mas se calhar, e aí começavam as contradições, não abdicava de tanta coisa só por amor. O teu perfume, as tuas verdades, as tuas desilusões e ilusões, iam ser pesadas. Deviam ser. 
Afinal de contas custou muito tanta coisa junta.
Reolho o retrovisor da vida e repenso que mesmo custando tanto quanto custou, mais do que eu imaginaria, eu voltava a fazer tudo igual. Porquê?
Porque te amo!

Sanzalando

15 de novembro de 2011

desgastando dias

Me sento por aqui nalgum qualquer canto da vida e deambulo os olhos por lugares nenhuns. Os pensamentos vão-se sobrepondo num abafar de ver quem é o mais forte. Sorrio, faço caras sérias, enrugo a testa, pisco os olhos, enfim, mimicamente me transporto ao longo deles.
Na verdade eu devo morrer uma vez por semana, renascer umas três ou quatro e choro um par deles. Com eles vou aprendendo um pouco, quer os dias quer os pensamentos vagabundos que me atropelam qualquer sossego.
E assim se passam as semanas e eu quase sem tempo para viver, sem tempo para fingir felicidade se a tristeza é real. 
Já sei, vivo cada dia, com o que tiver. 



Sanzalando

14 de novembro de 2011

Reflexões facebookianas (10)

Mesmo que eu seja forte o bastante, sempre hei-de ter uma fraqueza que me faça chorar em algum momento da vida. JCCarranca reflectindo sobre tanta coisa que ainda tem para fazer


Não importa o que digam sobre mim, sou especial a minha maneira. JCCarranca reflectindo enquanto relê o seu passado


A vida só corre para a frente quando soltarmos as amarras que nos prendem ao atrás. JCCarranca reflectindo enquanto lê tanta baboseira


E se me perguntarem como estou, direi apenas que estou indo e sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias. JCCarranca reflectindo sobre o dia a dia


Enquanto houver luz procurar-te-ei. JCCarranca reflectindo na falta que lhe fazes


Deveria haver um serviço de telessoluções com entregas ao domicílio em menos de meia hora. JCCarranca reflectindo sobre a problemática da interpretação incompreensível de certas gentes, que não querem ver o óbvio


Sanzalando

11 de novembro de 2011

36 anos de Independência

Bailarina negra
A noite
(Uma trompete, uma trompete)
fica no jazz
A noite
Sempre a noite
Sempre a indissolúvel noite
Sempre a trompete
Sempre a trépida trompete
Sempre o jazz
Sempre o xinguilante jazz
Um perfume de vida
esvoaça
adjaz
Serpente cabriolante
na ave-gesto da tua negra mão
Amor,
Vênus de quantas áfricas há,
vibrante e tonto, o ritmo no longe
preênsil endoudece
Amor
ritmo negro
no teu corpo negro
e os teus olhos
negros também
nos meus
são tantãs de fogo
amor.

António Jacinto

Sanzalando

10 de novembro de 2011

fisicamente

Adoro dormir porque sei que te vou encontrar nos meus sonhos. Pena mesmo é que eu gasto pouquíssimas horas a dormir. Assim tenho que te viver em imaginação, o que não é a mesma coisa, sabes. 
Ainda à pouco, refastelado no sofá, digerindo uma refeição, matucando em diálogos virtuais tidos nas últimas 24 horas, e que nem sempre eram corretos e leais, que me saltou a ideia do quando eu te deixei. Esta frase rebolou na minha cabeça de tantas formas e sentidos, descompostamente resvalou para e depois que eu te deixei. 
Sei que não é uma frase, é apenas o início duma frase, mas foram esses inícios que rebolaram na minha cabeça, parecia estavam numa máquina de lavar, rodando ora para um lado, ora para outro. Quando ficava mais à vista o quando te deixei, a continuação era mesmo a existência de uma não continuação que vinha. Entre o quando e o depois parece que não havia nada, um espaço vazio na minha cabeça que para além dum espaço branco, embora eu pudesse preencher, ficava a ausência até de palavrões e outras conjugações. Nesse espaço de não palavras estava um silêncio doloroso e uma imobilidade que me fez dormitar.
Levantei-me, revi datas, números soltos, parágrafos escritos no amarelado tempo caído no esquecimento e conclui que afinal não havia o quando nem o depois, apenasmente o fisicamente.


Sanzalando

5 de novembro de 2011

recordando um passado.


Num Giradiscos igual a este ouvi os meus vinis - Morandi, Rita Pavoni e depois o Silia, Zeca e José Mário Branca. Antes o meu pai ouvia aqui a suas centenas de EPs que iam do Max à popular música francesa onde davam os primeiros passos um tal de Aznavor, uma Piaf e mais uns tantos que a memória não guardou. Ah! e também ouvi um vinil, dele, uma tal Beatriz Costa a cantar o Arre Burro, noutro a Borracha do Rocha e muito mais tarde o Calhambeque da Helena Rocha. 
Aqui ouvia o relato da bola e ouvia a emissão da minha rádio empregadora.
Tantos anos depois venho encontrar o 'meu' velho rádio-giradiscos a servor de biblot no hall dum Hotel.
apeteceu-me cantarolar:
"Oh Rocha empresta a borracha 
tira a borracha da caixa
 
empresta a borracha oh Rocha
 
tira da caixa a borracha
 
apaga o lapes com a borracha do Rocha
 
e mata o Lopes com a rocha da borracha"



Sanzalando

Tanto mar 49

Sanzalando

2 de novembro de 2011

1 de novembro de 2011

Reflexões facebookianas (9)

Alguma coisa eu devo ter feito bem feito. Há ainda quem se lembra de mim. JCCarranca reflectindo enquanto caminha no vento solitário na praia




Seja como for. Seja! JCCarranca reflectindo enquanto olha para um mapa




O meu mundo é pequeno. Às vezes tem céu azul, outras está tempestade. Lá dentro tem sonhos de todos os tamanhos e pessoas, não muitas, as fundamentais. JCCarranca reflectindo-se na sombra do entardecer




Em vou te amar em todos os meus amores. JCCarranca reflectindo enquanto muda de rumo




Eu tenho milhões de motivos para não te amar, mas em todos estás lá. JCCarranca reflectindo enquanto vê que não caminha para sul




Ultimamnete tenho gostado de tudo. E de nada também. JCCarranca reflectindo se segue o GPS ou vai pela intuição




Às vezes a vida é tão intensa que nem faz sentido. JCCarranca reflectindo com tanta cultura absorvida




Eu não tenho velhos tempos. JCCarranca reflectindo no que tem pela frente




Um dia me disseram que os ventos erram os caminhos. JCCarranca reflectindo enquanto sobre o penhasco afasta o cabelo dos olhos



Sanzalando
recomeça o futuro sem esquecer o passado