A Minha Sanzala

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21 de agosto de 2013

conversando zulmarinho

Olha só o zulmarinho como parece está calema mas afinal está só a fazer ondas como que a me desafiar. 
- Me instiga, vá, te arma em forte comigo mas aproveita para dizer todas as coisas que sabes e te chegam do lado de lá. Não é só provocar e  fazer espuma rebolando na areia parece estás a espraiar preguiça.
Já sei o que vais dizer, como sempre quando me dizes qualquer coisa, que tens pena de mim, que não tenho sorte nas cartas, nem na sina, mesmo se atirarem búzios, conchas e ler as linhas da minha mão, me vai mudar a sorte de ter azar. Eu sei que te espero e que essa espera é em vão que nem vão de escada que serve apenas para entulhar coisas inúteis. Eu sei que me vais soletrar ao ouvido que qualquer espera é um engolir de saudade, que vou disfarçando com sorrisos, com palavras embrulhadas em papel pardo e que nada volta a ser como já foi.
- Mas olha o zulmarinho e lhe vê diferença desde quando lhe vias com ar de adolescente apaixonada? 
Sei que não verás diferença, mesmo que a tua indiferença seja perpétua.
Eu olho as estrelas e me conforto em lhes ler que um amanhã qualquer dia todas as coisas estavam erradas excepto eu.
- Fala aí com o zulmarinho, lhe desabafa os teus erros e deixa que ele me conte, que lhe ouço de braços abertos e um dia eu vou aproveitar esses espaços de um abraço, sem sufocar, deixarei de ser egoísta covarde e de erro em erro passado descobrirei um futuro de felicidade.


Sanzalando

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