A Minha Sanzala

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22 de setembro de 2013

Presente


Zé Ninguém, de nome e apelido, prometo continuar a cometer erros, a não pensar muito, porque mal iniciei um pensamento ele já vai em mutação e tudo o que é encaixilhado é quadro de lembrança e esta se vai perdendo por desaforo ou por engano ou só porque é assim. Sim, cometerei erros e todas as corridas que tiver que fazer eu lhas vou fazer, nem que tenha de ir do passado ao futuro parando um instante apenas no presente. 
Se tiver que usar guarda-chuva para me proteger da timidez eu usarei, se tiver que conversar para afogar a melancolia eu conversarei. Te tiver que tirar a chave do bolso para abrir a porta eu a tirarei.
Pena é que não tenha livro de instruções para cometer erros originais sem pôr em dúvida a seriedade, para não roubar sorriso à alegria e para não tirar o ar a quem respira com vontade de viver. 
Erro faz parte do presente agora mesmo como a alegria é uma interrogação, a agenda uma preocupação e a memória uma recordação.
Vou cometer erros assim como vou cantar uma qualquer canção cuja letra ainda não inventei. É o presente e ele é agora e agora eu não tenho ainda estórias de lembrar. No futuro posso contar como foi este presente que será então passado. Passado a limpo pelo tempo, entenda-se. Ninguém mais se vai lembrar que o Zé Ninguém foi um gajo normal, presentemente.



Sanzalando

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recomeça o futuro sem esquecer o passado