A Minha Sanzala

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26 de fevereiro de 2016

tanta palavra

Nesta troca de palavras entre o mim e o eu muitas coisas vão acontecendo. O relógio da vida não pára, o noite e dia segue sem lamentos ou choradeiras, a lua mantém as suas fases e se apresenta com cada face no seu quarto. As palavras são ditas ou caladas, gritadas, sentidas ou atiradas. São silêncios interrompidos num diálogo sem estória, com muita ou pouca importância. São palavras que podem ser aprendizagens, muros, barreiras ou suportes.
As palavras são letras seguidas com sentido.
Tantas palavras eu tenho plantado no meu jardim interior. 
Tantas palavras eu tenho soletrado no teu nosso ouvido.
Tantas palavras me fazem ser conhecido pelos silêncios.
Tantas palavras para dizer que te gosto.


Sanzalando

24 de fevereiro de 2016

são tuas as minhas palavras

Vou por um aí degustando palavras como quem saboreia o vento num dia de calor. Com elas percorro desertos, desenho silêncios e rabisco coisas de pensar. Vou por ai pregando, com elas, aos quatros cantos dum quadrado as sabedorias que acumulei, as crenças que acreditei e as fés que tive. 
Soubesse eu mais palavras das que já gastei, em pilha de folhas que rasurei com um lápis mal afiado, e hoje eu era um palavreado de estilo e não um estilo sem palavras.
Vou por aí, ao teu lado a lado nenhum, com a minhas palavras que me dizes serem ditas por ti, braço dado, cantando e sorrindo, as palavras que soletrei para uma sebenta de capa vermelha que um dia te darei.
Sorriste. Sorri. Afinal de contas as minhas palavras são tuas, sempre!

Sanzalando

14 de fevereiro de 2016

Amigos e Palavras

Há palavras que partem ao vento num ar que se lhes deu. Há palavras que ficam como se de cimento fossem. Há palavras sem significado e há outras que nem precisam ser ditas para significarem tudo. Eu sei que todas são palavras que não são caladas. Algumas são apensas pensadas e nestas estão muitas que arrependidamente sentem-se culpadas de silêncio.
O que me deu para gostar de palavras. Talvez mesmo só porque gosto de as dizer. Gosto de ti. Me respondes Muito. Diálogo perfeito num dia de imperfeições.
Amigos e palavras.
Amor de palavras sérias.
Palavras hoje.


Sanzalando

12 de fevereiro de 2016

palavras minhas, não

Faz conta esqueci tinha um blog onde costumava gostar de escrever palavras. Onde um dia eu me dissera que ia aprender a escrever para contar estórias dum antigamente assim presente com futuro. Onde eu me escorregava de pantanas sem corar com vergonha de babosear nexos feitos de nada. Onde eu construia os meus castelos, voava de nuvem em nuvem ou me debruçava sobre coisa alguma. Tás a ver um sítio assim onde eu me escondia às claras? Pois faz de conta me esqueci que tinha e me baldei às tuas escritas mentais ou telepáticas. Aos solilóquios e outros colóquios. 
Um sítio onde o passado não doía, o presente não assustava e onde o futuro não metia medo. Era um cantinho de mim que ali inventei num tal de ano 2003, ali ao virar da esquina ou qualquer coisa de semelhante.
Mas na verdade não esqueci. Não tenho arquivo nem sei tantas coisas para diariamente ali me espelhar transparentizado ao mundo que não sabe eu existo. Faz-me bem às vezes não me apetecer dizer palavras escritas e apenasmente falá-las.
As que te digo ao ouvido são nossas, as que aqui transcrevo numa poema prosado são tuas e as outras são de quem as apanhar.
As palavras minhas não são.


Sanzalando
recomeça o futuro sem esquecer o passado