A Minha Sanzala

no fim desta página

10 de maio de 2017

Palavras em livro

Ao longo da vida tenho amealhado palavras. Umas melhores que outras, umas mais bem conseguidas que outras. A finalidade tem sido sempre a mesma: satisfazer-me, mesmo que eu não me releia, mesmo que eu não consiga ser portador da mensagem, mesmo que o ritmo da minha cabeça seja diferente do ritmo dos significados, verbos e adjectivos.
Ao longo da vida juntei palavras. Muitas. Com lágrimas, gargalhadas, com direcção ou à toa. Apenas palavras, poéticas, filosóficas ou doidamente legíveis por interpretações irreais. 
Às vezes são palavras escritas em falas dialogantes de solilóquios absurdos, outras vezes nada comparáveis a nada. As minhas palavras, sei, são verdadeiras mesmo que sejam verdades que ainda não aconteceram, ainda que não correspondam ao tempo presente ou passado imemorável.
Nas minhas palavras o dia seguinte chega sempre depois duma noite, pouco importa a fase da lua, reflectem dias menos bons para que os dias bons sejam reluzentes.
As minhas palavras podem parecer saudade, tristeza, nostalgia, porque, um dia, de mim só vai restar a saudade.
Assim, por caprichos da natureza, por amor e surpresa, alguém, que muito me gosta e eu gosto muito, um dia resolveu meter mãos à obra e nasceu Estórias Soltas e Palavras Vadias, comemorando o aniversário deste aprendiz de palavras. Nesse dia houve festa num dos clubes mais antigos da cidade Portimão. Gente, muita gente amiga. Uma solidariedade de todo inesperada.
Agora chegou a vez de alargar horizontes e ir até Lisboa. Braço dado com a minha amiga Ana Quelhas, que arregaçou as mangas e escreveu para memória futura O Fato Que Nunca Vestimos, aí vamos nós passar um fim de tarde na Casa de Angola em Lisboa e um jantarzinho à maneira para aqueles que nos quiserem acompanhar.

Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário

recomeça o futuro sem esquecer o passado