A Minha Sanzala

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30 de outubro de 2017

alma gémea

Nem verão nem outono. Assim assim. Que nem eu.
Olho o zulmarinho e pergunto se alma gémea é uma alma que se encaixa na perfeição. Procuro no Google e encontro várias definições. Descubro que é o que todo o mundo procura. O espelho de si. É mesmo a pessoa mais importante que se conhece. Mas viver com a alma gémea para sempre acho que não. Não me consigo aturar deste modo vezes dois.
Olho o zulmarinho e ele está bravo. É do tempo.


Sanzalando

28 de outubro de 2017

Final feliz de dia

Eu não tenho que encontrar nem dar explicações para o que sou ou o que faço. Sou assim nesta minha maneira de ser e de estar, sabendo que dou o máximo e só falho na hora em que é preciso milagre.
Sou filósofo, humorista, escritor, poeta, ou mesmo nada. Se calhar sou este nada mais que tudo.
Sou o que sou no meu melhor. Transporto-me na positividadee porque vivo positivo, alegre porque vivo na alegria e dentro do conhecimento.  
Se ouço música lembro-me sempre de qualquer coisa, se vejo uma foto lembro-me de outra. Não sei música e a memoria musical nao vai para alem do título do que ouço, porem em memória o mesmo não se passa ainda. Na questão da fotografia tiro muitas fotografias do meu caminho; não uso para bisbilhotar a vida alheia, mostro a minha.
Um dia, sim um dia, vou aprender a escrever para poder agradecer o que sou e os amigos que tenho 



Sanzalando

27 de outubro de 2017

Sabor a infância

Pôpilas que hoje está sol que ate veio pica-pica na praia. Hoje nao tem cota Bauleth para ensinar a nadar, ninguém que aguenta estar assim dentro de água.  Só se for mapundeiro que não ver perder oportunidade de mostrar o seu estilo de nadar e coçar ao mesmo tempo.
Começa o calor e é lhes ver passar as mulolas e rios e vir usar a nossa água do mar para fazer exercícios.  Usam e abusam da nossa jangada em mergulhos estilo chapa e ainda pensam que são reis desta terra. Lhes tou de olho em cima. 
Com este sol eu vou mesmo é  me sentar nas arcadas, olhar o zulmarinho, que não tem pica-pica no olhar só, e navegar por estorias que me contaram faz conta eram verdadeiras. O Travassos e o Rui Moutinhoeram os melhores jogadores da bola e da tanga também.  No hóquei tira os Chalupas e põe o Couto, Ascenso, Sampaio, Briguide, depois o Bonvalot, o Nicolau, Amadeu, Jorge Brás,  Duarte, Zito. Como é eu vou saber os nomes todos deles. O Veríssimo e o Edgar Teixeira e que têm de saber para fazer os relatos como é que é.  Eu só sei estorias de ouvir dizer. 
Vou me deitar e ouvir o Tic-Tac antes que os mosquitos me piquem. Afinal de contas ainda nao fiz anos para poder sair à noite.


Sanzalando

25 de outubro de 2017

Usar a memória e viver


Agarro no tablet, busco na memória a maresia e o marulhar, me embalo em sonhos e outros tantos desejos. Me lembrei da bicicleta sem travões comprada para ai  em 3a mão, nos passeios de mini-suzuky do meu amigo Tobé, nas corridas de carrinhos de rolamentos na tarde inteira no passeio polido da Rua dos Pescadores,  me lembro do Citroën boca de sapo, das mapundeiras que desciam da serra para receber iodo na praia das miragens e me baralhar os neurónios em eu descubrir de qual gostava mais, me lembrei de chegar ao Porto para ir estudar Medicina, para admiração  total da familia e amigos mais chegados, não conhcendo nem a terra nem quem lá morava.
Le lembrei que foi nesse dia, apenas nesse dia, que começou um outro capitulo na minha vida, se ela fosse um livro de ler. Assim mais ou menos 40 anos, na rua Álvares  Cabral que gente da banda me recebeu com carinho e conforto na cidade do Porto, onde iniciei o segundo capitulo da minha real vida.


Sanzalando

12 de outubro de 2017

divaguei no Outono

Me deixo embalar na música do outono. Troco pensamentos e sonhos por palavras simples. Não
complico a minha maneira de estar. Não triplico a minha dispersão no estar. Estou, de alma e coração onde quer que esteja. Simples e racional como as ondas do meu mar que um dia chamei de zulmarinho, com quem um dia fiz votos de ligação eterna e que um dia me deixou estar ligado como um cordão umbilical à terra da minha devoção. Ninguém me conhece para além da capa que me superficializa. Ninguém sabe os meus medos, segredos e outras ninharias perdidas em noites de insónia. Não, não deixo desfazer o meu mundo por outros mundos, por outras vidas ou por outros caminhos. Sou quem sou na razão de tudo o que já vivi e somei. O zulmarinho me liga, me limpa os olhos, a alma e o coração.
Tudo me liga ao simples como se o céu da boca fosse o céu de lá de cima e a planta dos pés a minha flor predilecta. 
Me deixei embalar no sol de Outono e soltei palavras ao vento que não sopra.


Sanzalando

11 de outubro de 2017

relembrando o mapa da cidade

Bem me quer ou mal me quer é verdade que a simetria da minha cidade me afeta. Esquadria quase perfeita que se perde na parte nova para lá do deserto dento onde as vivendas com desenho complexo se vão multiplicando devagar. Gente nova se distancia do centro idoso da cidade. Não sei é de propósito ou não. A meu ver é ideia que não é boa. Avenida do Bonfim, é paralela à Rua dos Pescadores que é paralela à das Hortas que por sua vez é paralela à da Fabrica e as transversais são perpendiculares a estas e paralelas entre sim. Simples que nem desenho geométrico ensinado pelo Professor Ezequiel e antes me ensinara o Professor Amaral e a Professora Estrela.
Assim desorganizada a cidade parece outras cidades de curvas longas que nem rectas encaracoladas sobre si.
Como é que eu vou dizer a um carcamano onde fica o sitio qualquer se não tiver a esquadria na cabeça?
Fico na cidade mais velha, mesmo na Rua dos Pescadores, assim quem vai saber onde eu moro?
Na torre do Tombo? No Bairro da Facada? No Forte de Santa Rita? No Bairro do Mucaba? Mesmo na minha rua, aquela que eu chamei de minha na posse plena do meu centro universal.


Sanzalando

10 de outubro de 2017

outonal pormenor

Está quente. Não chove nem cacimba. O sol não é o sol brilhante de verão. Mas é apenas um pormenor brilhante. É Outono, dizem os almanaques. É Outono diz o corpo e a mente. Mas aqui onde o zulmarinho termina está quente, como quente imagino deve estar lá onde ele começa. Um pouco menos, se calhar. Pormenor outro. 
Nas estórias de amor ou é Verão ou Primavera. Raramente Outono e ainda mais raro inverno. Porém, quem se apaixona por flores, no Outono das quatro estações, vai amar os troncos despidos? As flores de estufa? Ou o todo sonhando com a Primavera e o Verão que um dia voltará a chegar? Outro pormenor.
No outono não há aquelas conversas de rua até às tantas da madrugada. A lareira se acenderá, os corpos aquecidos se perdem em serões de silêncio olhando a caixa mágica que entretém na semi-escuridão. As conversas não são fluídas e as palavras parece se guardam para outras alturas. Um ligeiro pormenor silencioso.
É outono, mesmo que por aqui esteja quente que nem Verão. Um outonal pormenor.



Sanzalando

4 de outubro de 2017

quente outono da minha estória

Nem parece saímos do Verão. Tem dias que nem em Verão era assim. Dou comigo a navegar por palavras, sonhos, ideias ou pensamentos. Vagabundo-me lentamente para não sai da mornice e entrar no ferver ansioso. Vou só por ali, por aí ou por aqui. Despolidamente saltitando sem rumo aparente.
Afinal de contas existe uma ligação no que me parece e no que é o eu verdadeiro. Falo de mim, é claro. Conto a minha estória. Sempre. Todas as vezes que falo de mim, que penso de mim, que vagabundeio-me por aqui, ali ou aí. Afinal de contas, repetido, é essa estória que me converte no que sou. 
Com este calor de outono concluo que me construo a partir da minha própria estória


Sanzalando

1 de outubro de 2017

doce outono

Sopra fresco. Um pouco mais do que eu desejava. Os teus braços se entrelaçam e se encaixam docemente no meu corpo. Nossos corpos nus ocupam o mesmo lugar. A fragrância que paira no ar é doce amor. A luz que ilumina a escura noite nublada é o nosso luminoso amor. 
Esta terra fria, mais do que eu desejava, é o lugar que eu queria habitar porque nela está a tua alma, o teu corpo, o teu perfume, a tua tranquilidade.
Como é doce o outono


Sanzalando
recomeça o futuro sem esquecer o passado