tag:blogger.com,1999:blog-59156972024-03-19T08:55:42.620+00:00A Minha Sanzalano fim desta páginaJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.comBlogger8422125tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-12564080101134848222024-03-18T11:54:00.005+00:002024-03-18T11:56:08.184+00:00os hexágonos da marginal<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrNzq-o8XP9TEdY3lJx4_JDzw1fhYdB11Zlfc-5EfLSHCEnuIHrAJOUbyeW6GXRiSkHFfnvzx0IWad4oTKksCCDTBIxE7WMupLRBe1ZTkoeIIDdTUWQeP0X5tRe114Kj-WFn6KWrfDmcbqY8LEemtsG92xtWvEQ-GNLQju9b_QWarjJSuYviZTw/s2048/marginal%20Jos%C3%A9%20Dinis%20Coconito.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1447" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidrNzq-o8XP9TEdY3lJx4_JDzw1fhYdB11Zlfc-5EfLSHCEnuIHrAJOUbyeW6GXRiSkHFfnvzx0IWad4oTKksCCDTBIxE7WMupLRBe1ZTkoeIIDdTUWQeP0X5tRe114Kj-WFn6KWrfDmcbqY8LEemtsG92xtWvEQ-GNLQju9b_QWarjJSuYviZTw/s320/marginal%20Jos%C3%A9%20Dinis%20Coconito.jpg" width="226" /></a><span style="text-align: justify;">Me sentei na marginal. Os hexágonos estão no seu lugar. Como é curioso que depois de tantos anos de mar em fúria a lhes bater eles não tenham fugido dali e continuem a sua função de aguentar esse mar? Devem ser assim que nem eu: gostam de mar. </span></div><div>Acho que quando lhes fizeram ficar ali estáticos a levar com os dias maus desse mar tantas vezes calmo e sereno , lhes impuseram uma regra que mesmo chegado ao limite eles tinham de ali ficar. Eles, perfeito, todo este tempo ali se têm aguentado. Eles me ensinaram a ser persistente. Os hexágonos da minha marginal, onde um dia, apenas um dia, lhe fui lá pescar, me ensinaram que a persistência é a melhor das resistências. Eles resistem e eu lhes sigo. </div><div>Tem duas saídas de esgoto, lhes imagino era futuro da época que deixou da funcionar faz mais que muitos anos. Mas até nós temos esgoto por onde deitamos no ar os pensamentos fedorentos da nossa imaginação. Não tem bela sem senão, dizia a minha avó que deve ter aprendido com a avó dela.</div><div>Mas os hexágonos estão lá e eu aqui a nos segurar o mar ou ao mar.</div><div><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-17690930033862042342024-03-17T18:03:00.004+00:002024-03-17T18:03:46.869+00:00são tuas as minhas palavras<div><div style="text-align: justify;">Vou por um aí degustando palavras como quem saboreia o vento num dia de calor. Com elas percorro desertos, desenho silêncios e rabisco coisas de pensar. Vou por ai pregando, com elas, aos quatros cantos dum quadrado as sabedorias que acumulei, as crenças que acreditei e as fés que tive. </div><div style="text-align: justify;">Soubesse eu mais palavras das que já gastei, em pilha de folhas que rasurei com um lápis mal afiado, e hoje eu era um palavreado de estilo e não um estilo sem palavras.</div><div style="text-align: justify;">Vou por aí, ao teu lado a lado nenhum, com a minhas palavras que me dizes serem ditas por ti, braço dado, cantando e sorrindo, as palavras que soletrei para uma sebenta de capa vermelha que um dia te darei.</div><div style="text-align: justify;">Sorriste. Sorri. Afinal de contas as minhas palavras são tuas, sempre!</div><br />Sanzalando</div><div><br /></div><div><br /></div>24-02-2016João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-49781691000899723662024-03-16T17:49:00.004+00:002024-03-16T17:49:27.179+00:00palavras<div><div style="text-align: justify;">Deito-me na areia da praia de mil cores e deixo-me ir atrás de cada pensamento ou sonho, de cada momento ou ilusão. Vou de alma e sem corpo. Há coisas fáceis e outras difíceis de perseguir. Eu vou, porque só indo é que faz sentido. Podia ficar aqui deitado zerado mas não era a mesma coisa, não me deixo ficar no cansaço da mente. Eu vou atrás. Dum pensamento faço outro e por aí fora. Encadeando sonhos numa renda me faço vida, mesmo aqui deitado na praia das mil cores. É, amo-me sem espinhas, como dizia quando era criança e conseguia fazer algum feito notável: sem espinhas.</div><br /><br />Sanzalando</div><div><br /></div><div><br /></div><br />João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-83800037985627579292024-03-15T16:35:00.002+00:002024-03-15T16:35:05.155+00:00caminhando sobre palavras<div><div align="justify">Vamos caminhando nos nossos passos compassados, sincronia da palavra e ouvidos, interrompidos aqui e ali pelo marulhar mais forte de uma onda se atirando num suicídio contra a areia de mil cores. O zulmarinho nos serve de pano de fundo, fonte de inspiração, elo de ligação, corrente de afastamento, aconchego de mimos.<br />Lhe olho e os meus olhos enxergam a realidade e descubro que as montanhas de sal se desfazem com o vento ou com a água. Convenço-me que as palavras são como setas que uma vez disparadas não voltam ao ponto de partida. Lhe sinto nas suas lágrimas salpicadas e empurradas pela brisa que a luz me atormenta e que os risos estejam abafados.<br />Caminhamos no teu passo que a passagem se vai encurtando e chego quando chegar ao destino não predestinado Somente caminho no teu caminho para que tu possas ouvir as minhas palavras, os meus silêncios, os meus gritos, o meu choro, minhas gargalhadas. Tu és a razão de eu estar onde estou, mesmo que eu queira estar onde estou a pensar em estar onde não estou<br />Caminho deixando pegadas na areia fofa desta praia, final de zulmarinho que começa para lá da linha recta que é curva.<br />Caminho nas palavras porque nada é certo na certeza de ter sempre razão.</div><br />Sanzalando</div><div>01-05-2007</div><div><br /></div><div><br /></div><br />João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-40530861047287713742024-03-14T17:06:00.003+00:002024-03-14T17:06:32.932+00:00Crónica 2 do K'arranca às quartas<iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/dGhfou5zdkY?si=8QPvfSxDNx_qPK66" width="480"></iframe><div><br /></div><div>Sanzalando</div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-91863754297301926672024-03-14T16:54:00.004+00:002024-03-14T17:39:58.652+00:00O Programa K'arranca às Quartas nº 8 - 13 Março de 2024Programa de Rádio com palavras, livros e música - livro de hoje - O livro do Desassossego de Fernando Pessoa. <div><br /><div>
<audio controls="">
<source src="https://www.dropbox.com/scl/fi/zfgjz0t90yec7z623m82x/programa-8-13-03-2024.mp3?rlkey=sn6tpmmmruhd1tsf770ugc3c9&dl=1" type="audio/mpeg"></source>
</audio>Sanzalando<div><br /><div><a href="http://www.radioportimao.pt" target="_blank">Rádio Portimão</a></div></div>
Sanzalando</div></div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-57512616378498475682024-03-14T16:36:00.001+00:002024-03-14T16:36:06.241+00:00Crónica 2 do Programa K'arranca às QuartasPrograma de Rádio com palavras, livros e música - Crónica de 13 de Março de 2024. <div><br /><div>
<audio controls="">
<source src="https://www.dropbox.com/scl/fi/e55lb504hgnqoytox4jam/Cr-nica-2.mp3?rlkey=mqq84li6dzc9k6mqp83pq91zj&dl=1" type="audio/mpeg"></source>
</audio>Sanzalando<div><br /><div><a href="http://www.radioportimao.pt" target="_blank">Rádio Portimão</a></div></div>
Sanzalando</div></div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-63453118427203926802024-03-14T11:27:00.004+00:002024-03-14T11:27:36.944+00:00tem horas e momentos na vida<div><div style="text-align: justify;">Quando realmente se cansa, quando honestamente chega o seu limite, quando já está seco e vazio, sem nada para dar e sem uma solução aparente que justifique tudo, é quando você aceita que já deveria ter saído há muito tempo?</div><div style="text-align: justify;">Quando aquelas carícias que um dia tocaram na sua alma não te fazem mais sentir absolutamente nada além de uma certa rejeição, quando aqueles beijos pelos quais você morreu começam a tomar gosto de dor e quando naqueles olhos em que você se perdeu já não têm mais o brilho que via você começa a encontrar o mundo real.</div><div style="text-align: justify;">A realidade é quando você aceita que não deveria estar ali. Nenhum conselho, nenhum exemplo ou testemunho pode fazer aceitar o que não quer.</div><div style="text-align: justify;">É hora de realmente aceitar que deve partir, que deve deixar ir e começar a olhar ao seu redor com os olhos da verdade e não com os do amor que sua ilusão tanto protegeu.</div><div style="text-align: justify;">Doloroso e devastador é quando chega o momento em que o seu próprio coração aceita e explica para si mesmo que chegou a hora de partir. </div><div style="text-align: justify;">A mente entende melhor, mais rápido, mas o coração demora, porque tem muitas cicatrizes e não quer aceitar o ponto de ir embora, que não há mais nada que possa ser feito, que não tem mais forças para aguentar. ou justificar. </div><div>É uma triste evolução da vida quando se está a acabar o inverno. É hora de mudar a página do calendário e ver se há pássaros a voar, borboletas no jardim e sorrir se ainda o souber fazer.</div></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-32563835138696611232024-03-13T12:08:00.001+00:002024-03-13T12:08:09.443+00:00uma palavra<div style="text-align: justify;">Eu estou certo que se disser palavras ao vento elas vão e se desfazem em letras e estas em pontos até ao micron ilegível do pensamento. E aí tenho um pensamento perdido, deitado fora ou simplesmente desistido. Se eu escrever essas palavras com a famosa tinta permanente da caneta me oferecida pelo minha família no dia em que me formei, essa palavra fica gravada para sempre num retalho de papel que se irá desfazer com a humidade depois de amarelar com o tempo e o significado ficou perdido na intencionalidade da escrita porque nenhum dia é igual a outro, nenhum momento é o mesmo momento de outro. Se eu te disser ao ouvido a palavra tu ouvirás e sentirás o sentimento que a palavra tem. Esta palavra é bem diferente das outras palavras todas que eu disse antes, embora eu só tenha uma palavra.</div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-59811976477101841262024-03-12T15:12:00.001+00:002024-03-12T15:12:00.134+00:00digo eu<div><div class="xdj266r x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Sigo no carreiro das palavras, silêncio nos pensamentos, ouvindo o mar como música de fundo. Não é o meu mar mas é a maresia deste mar que me liga ao mar de lá. É o silêncio que me leva aos sons de lá. É a palavra que lá que me dá a força para cá. É uma energia que chega por ondas magnéticas e outras estéticas porém às vezes de formas patéticas.</span></div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Cruzo-me com alguém que me diz:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">- Você faz-me pensar...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><a style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit;" tabindex="-1"></a></span>Sorri, como sempre sorrio quando as palavras não saem, brilhei os olhos como que espantado, agradecido e massajado no ego.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Fiz cara de desentendido, tal como envergonhado</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">- Escreve cada coisa...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Mais surpresa para os meus ombros.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Faz horas que não escrevo porque ontem me calaram de espanto e para tanto me mostraram que eu devia ser culto porque gente culta não se escraviza. Olha-se e é-se sempre livre, até da ignorância. Gente culta tem vantagens. </div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">Carrego palavras que digo a ti pelos cantos dum livro de poesia, prosa de encantos nos silêncios respiratórios que me fazem, como direi, pausas pensativas.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit; text-align: justify;">É verdade. A felicidade não se compra. Vive-se! Digo eu a olhar para uns gráficos negros que me turva o pensamento, mas acredito que não haja machado que corte a sua raiz.</div></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space-collapse: preserve;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><br /></div></div></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-32187289237183191452024-03-11T12:34:00.003+00:002024-03-11T19:09:22.520+00:00Meus retalhos 28<div style="text-align: justify;">Iniciada a cirurgia, era até uma cirurgia de ambulatório, assim com anestesia local. Coisa pequena de acabar e o doente ir embora. Estava a correr tudo bem, as mãos trabalhavam mas ambas as bocas não se calavam. Falava-se de futebol e deste para a política como se ambos tivessem semelhanças. Se calhar têm, eu é que nunca pensei nisso. Mas corte daqui, puxa dali, laqueia-se acolá e assim num não acredito no que vejo:</div><div style="text-align: justify;">- Porra. gritei eu bem alto</div><div style="text-align: justify;">- Que foi Dr.?</div><div style="text-align: justify;">- Você está bem? Está tudo Tranquilo por aí?</div><div style="text-align: justify;">- Aqui sinto umas dores, de você a cortar mas de resto tudo normal e a conversa até distrai.</div><div style="text-align: justify;">Se o doente pudesse ver-me, através da barreira criada por panos esterilizados veria a minha palidez. Eu além de pálido devia estar transparente para além de mil vezes suado.</div><div style="text-align: justify;">É que olhei para a mesa e tinha as duas seringas de anestesia completamente cheias e a gritarem-me que ainda não tinham sido utilizadas.</div><div style="text-align: justify;">Eu só estava a fazer uma herniorrafia inguinal e sem anestesia. Claro que fui rapidamente corrigir o meu erro e tudo correu bem, até que o doente me disse:</div><div style="text-align: justify;">- Depois do seu porra deixou de me doer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-57109493882960565302024-03-09T09:43:00.004+00:002024-03-09T09:43:51.149+00:00Canção de uma noite de insónia<div>Faz conta eu sou Minas, Baía ou Bento, família de músicos e subi no palco e cantei</div><div><br /></div><div><div>Eu era imagens e palavras não delineadas.</div><div>As noites sem dormir acumuladas.</div><div>Memória de desejo não realizado</div><div>Eu era amor não entregue,</div><div>o não correspondido</div><div>O tempo expirou e o tempo não foi utilizado.</div><div><br /></div><div>Eu era a efemeridade de um suspiro,</div><div>eu era o sentimento reprimido.</div><div>Vivi no exílio do amor, do tempo e da paixão.</div><div>Mas minha vida abriu um precedente,</div><div>Isso aconteceu de repente.</div><div>Todos os medos e vazios que eu possuía,</div><div>Eles fugiram aterrorizados,</div><div>vendo que o amor me correspondia.</div></div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-52751457714851800852024-03-08T16:32:00.003+00:002024-03-08T16:32:11.194+00:00meus retalhos 27<div>Pouco passava das 23 horas quando sou chamado ao Serviço de Urgência. </div><div style="text-align: justify;">- Dr. chamámos como chefe de Equipe porque temos aqui um caso demasiado invulgar e que eu não sei como resolver.</div><div>- Dr., diga lá o caso para ver se eu o posso ajudar nalguma coisa.</div><div style="text-align: justify;">- O Senhor X está em quase coma com uma sepsis e exige antes de morrer casar com a companheira dos últimos anos. Como é que eu posso resolver isto agora. Eu não sei se ele chega a amanhã...</div><div style="text-align: justify;">Silêncio enquanto meti a minha cara de pensador e rebusquei alguma coisa parecida no meu passado. Nada. Zero.</div><div style="text-align: justify;">- E mais Dr. está ali fora a companheira dele, bem como familiares directos dele.</div><div style="text-align: justify;">Mais pensativo fiquei. </div><div style="text-align: justify;">- Deem-me dois segundos que eu vou tentar ler alguma coisa. Entretanto liguei para o Director Clínico que disse que não sabia como resolver a situação. Liguei para um advogado amigo que me aconselhou procurar a Conservadora do Registo Civil da região e em último caso tinha de ser eu a fazer a cerimónia e no dia seguinte oficializar o registo na Conservatória. Lá me ditou uma minuta que eu imprimi no computador do meu gabinete e lá desci. Eu ia celebrar um casamento... </div><div style="text-align: justify;">Desci, fui à Unidade de Intermédios onde estava o paciente, já sem capacidade para responder às minhas questões para lá de um sim ou não. Chamei todos, companheira e familiares, li o documento que havia imprimido e no momento de assinar chegou a Conservadora que me substituiu na cerimónia e utilizou o meu impresso que eu também assinei como testemunha.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">(felizamnete depois de longo período o paciente teve alta, casado oficialmente)</div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-81210993504670835512024-03-08T11:38:00.004+00:002024-03-08T16:33:29.816+00:00Dia da Mulher<div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW8F3GVtnkXZhe4liJMczctk14nhVykesGwREEyhFWH6mSvYVqZBVBc8vpnbNwchrE_xPIdqyXuFWrSxycydo748mR5lKWbQRze7fqZ5DQe1dC8LWag7Tc33nDnTPN2iZxCwiPTsTCKChnnDCcjuJxh4B5s2AyiXX5D-5Y7NpEaMTYxA6pm5nhJw/s960/mulher%20mussulmana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="939" data-original-width="960" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW8F3GVtnkXZhe4liJMczctk14nhVykesGwREEyhFWH6mSvYVqZBVBc8vpnbNwchrE_xPIdqyXuFWrSxycydo748mR5lKWbQRze7fqZ5DQe1dC8LWag7Tc33nDnTPN2iZxCwiPTsTCKChnnDCcjuJxh4B5s2AyiXX5D-5Y7NpEaMTYxA6pm5nhJw/s320/mulher%20mussulmana.jpg" width="320" /></a></div><br />São 8 de um Março e apesar de no lado sul estar céu azul e um abrasador calor, do lado norte parece vem por aí trovoada e um frio gélido. Aqui brilha o sol, ainda. Faz frio, ainda. Mas a luz está optima para uma fotografia. Pena é que não tenho aqui à mão uma paisagem como a dos postais ilustrados, sem moscas e mosquitos e sem o perfume do lixo, o sabor de fumo e pó. As estão ruas desertas por uma doença misteriosa que vai derrubando árvore a árvore num silencio cor de cimento. É por essas e por outras que junto o meu silêncio, atrás da minha janela a ver o mundo mundar num novo caminho que ninguém ainda sabe qual é. </div><div style="text-align: justify;">O dia continua a ter 24 horas, ainda. A noite ainda tem a lua, quando as nuvens deixam-me vê-la a mudar os seus quartos no ciclo que aprendi na escola, com a frase que ela aqui é mentirosa. Faz conta o novo mundo vai ter tudo direitinho, não vai ter polícias e ladrões, assaltos e assaltantes, homens e mulheres, grandes e pequenos. Faz conta o mundo vai ser diferente, mais igual para todos. Faz conta o lixo vai ser todinho reciclado, até aquele que ainda não foi feito mas apenas pensado por qualquer mente que não compreende que o mundo se mudou para outro lugar de paraíso. Faz de conta que não é preciso haver o dia disto e daquilo porque a perfeição se chamou normalidade. </div><div style="text-align: justify;">Hoje, canta-se o Hino à Mulher, compram-se rosas que um qualquer imigrante ilegal e maltratado regou, reforçam-se as mentiras ditas nas calorosas noites escaldantes, esquecem-se os pensamentos e actos violentos de cada dia. </div><div style="text-align: justify;">Hoje é o dia em que a igualdade impera e a véspera do que se esquece. Hoje é véspera do dia em que mundo se normaliza no anormal quotidiano, em que o mundo desigual se desiguala cada vez mais e em que há Mulheres que não têm nenhum Direito a não ser o de sofrer por o serem.</div><div><br /></div><div><br /></div>Sanzalando</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><br />João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-70399646775237157402024-03-07T18:53:00.006+00:002024-03-07T18:53:29.154+00:00Crónica de 06 Março de 2024<iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/gl2sGErF9_Y?si=FqSTrGhvyvf5zOYN" width="480"></iframe><div><br /></div><div>Sanzalando</div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-6566134908510575302024-03-07T14:24:00.005+00:002024-03-07T14:24:41.210+00:00amor dá que pensar<div style="text-align: justify;">Sigo veloz, à velocidade do pensamento. Salto de um para outro, sem rede ou qualquer protecção que me defenda dum errado pensamento. Sigo veloz porque tenho muito para pensar e não quero deixar nada ao acaso, nada desfeito numa falha mental. Não me perco quando me machuco, quando erro ou falho por não ter pensado. Chateio-me sim por não ter pensado. Me perco quando cometo o erro ou falha duas vezes. Me machuco quando insisto na segunda chance da mesma forma que na primeira. </div><div style="text-align: justify;">Não me perco por amar, nem deixo de morrer por amor. Amo por pensar porque só amar não é bom. Amor dá que pensar e eu tenho ainda tanto para ambos.</div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-54285973912176726802024-03-07T08:40:00.003+00:002024-03-07T08:40:22.115+00:00Programa K'arranca às Quartas 06-03-2024 - nº 7Programa de Rádio com palavras, livros e música o livro de hoje - Confissão de Lúcio de Mário Sá Carneiro. <div><br /><div>
<audio controls="">
<source src="https://www.dropbox.com/scl/fi/oifbnvbp4eemd542xhgge/Programa-7-06-03-2024.mp3?rlkey=xsi3n35ft58xl5eft9rhpobul&dl=1" type="audio/mpeg"></source>
</audio>Sanzalando<div><br /><div><a href="http://www.radioportimao.pt" target="_blank">Rádio Portimão</a></div></div>
Sanzalando</div></div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-61711911868042811442024-03-06T23:13:00.008+00:002024-03-06T23:13:58.079+00:00Confissão de Lúcio - Obra de Mário Sá Carneiro<iframe frameborder="0" height="360" src="https://youtube.com/embed/W3Y80G-WZio?si=DuQMTb6zsqiox_OH" width="480"></iframe><div><br /></div><div>Sanzalando</div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-80253468166073193752024-03-06T09:39:00.001+00:002024-03-06T09:39:43.922+00:00as minhas saudades<div style="text-align: justify;">Mermão, vamos fazer mais como se estou numa de saudade porque não estou a poder ir nas Festas do Mar? É que já não sou a criança que tinha férias porque estava calor, porque podia fugar nas aulas para ir ver as garinas e dar mergulhos na praia. Porque a vida deu voltas que eu queria e as que eu não queria mas gostei e então estou que nem posso ir dar uma de picadeiro em fim de dia, comer um cachorro quente ou beber um fino da cuca porque estou longe num querer estar.</div><div style="text-align: justify;">Sabes, mermão, vais dizer que lá está ele sofrendo de saudades. Mas não é nem isso. Eram outros tempos e eu tinha outros olhares, tinha outros quereres, outras opções. Mermão, estas saudades não são de morrer, são mesmo de viver intensamente. Te explico: </div><div style="text-align: justify;">- Viver sem memória é assim mais ou menos como estar morto, mover-me entre fantasmas à deriva num mar de imagens, numa calema de sonhos desenhados numa memória de fantasia.</div><div style="text-align: justify;">Eu estou bem vivo e com gosto de hoje poder ter saudades das Festas do Mar.</div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-60068006802827451672024-03-05T12:37:00.003+00:002024-03-05T12:37:51.360+00:00meus retalhos 26<div style="text-align: justify;">São 9 horas da manhã e é segunda feira. D. Genoveva vem à consulta. É a sua primeira consulta de cirurgia e comigo. D. Genoveva foi enviada pelo médico de família por varizes dos membros inferiores. </div><div style="text-align: justify;">- Menina, vamos lá ver essas pernocas. - dirijo-me doce e suavemente enquanto sorrio para a minha nova doente. </div><div style="text-align: justify;">- Dr. tenho aqui um exame que o meu médico de família me mandou fazer. Doppler, acho eu.</div><div style="text-align: justify;">- Menina, quero ver primeiro essas pernocas e depois então vejo o exame.</div><div style="text-align: justify;">As pernas oleosos de quem acabou de pôr creme deixam transparecer algumas varicosidades que bem vistas as coisas eu diria noutro dia que era para não fazer nada a não ser gastar as pernas em caminhadas. Mas... era noutro dia e neste dia eu não podia fazer isso. D. Genoveva fazia questão de se queixar das pernas e eu não tinha coragem para a desgostar dizendo que não ia fazer nada.</div><div style="text-align: justify;">- D. Genoveva, minha menina, tem aqui umas duas ou três que merecem ser esclerosadas. Quer?</div><div style="text-align: justify;">- Claro, Dr. Detesto ver essas veias assim parecem umas estradas nas minhas pernas.</div><div style="text-align: justify;">- Ok. Menina. Então deite-se ali na marquesa e começamos já hoje.</div><div style="text-align: justify;">E num estante ali estava ela deitada pronta a ser picada. Devo dizer agora porque me esqueci antes que a doente só tem 94 anos e tem cuidado com as suas pernas.</div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-67951504733002662472024-03-04T15:49:00.004+00:002024-03-04T15:49:19.235+00:00esqueci o tempo<div style="text-align: justify;">Me deixo vaguear por pensamentos, palavras, conversas ou só silêncios. Quero ver a cor do tempo, quero ver o tempo que sobra para eu reler todas as mensagens que escrevi e nunca ninguém vai ter tempo para ler. Reinventei mil vezes na minha cabeça todas as cenas do filme da minha vida, todos os momentos até os apagados. Recantei todas as músicas, todas as canções que ouvimos nos bancos do jardim, na varanda de casa, no sofá da sala, ou nos passeios de carro de fim da tarde. Quero voltar sempre àquele momento em que não nos despedimos mas nunca mais nos cruzámos. </div><div style="text-align: justify;">Vais pensar eu louquei-me, deliro-me ou simplesmente não tenho o que fazer.</div><div style="text-align: justify;">Nada. Nenhuma destas parcelas é verdadeira. Só quero saber o que é que aconteceu no tempo, as palavras que eu não devia ter dito ou devia ter ouvido, o gesto que fiz ou o silêncio que guardei. Estou no branco neutro da minha desculpa, no cinzento claro da ignorância. </div><div style="text-align: justify;">Estou vazio desse tempo deste o tempo que foi dele.</div><div><br /></div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-16225634453362953332024-03-01T09:20:00.002+00:002024-03-01T09:20:08.511+00:00meus retalhos 25<div style="text-align: justify;">Eram para aí umas 2 da madrugada duma noite quente de verão. Ainda não me tinha mudado para a cidade de praia, onde havia de me fixar de vez, era novo no ramo médico, dois ou três anos de experiência e muita garra e vontade, muita dúvida e poucas certezas. O mundo era novo e as noites de urgência eram aventuras que se tinha gosto de ter. Mas às duas da madrugada certeza não tinha nenhuma e sono já era algum. </div><div style="text-align: justify;">- Dr. temos aqui uma menina de 16 anos que vem com cólicas na barriga. </div><div style="text-align: justify;">- Põe ali no gabinete pequeno para eu ver. </div><div style="text-align: justify;">Lá veio a menina chorosa e dobrada sobre sim como que a dizer-me que lhe doía a barriga.</div><div style="text-align: justify;">- Olá, sou o Dr. C e estou aqui para ajudar. Conta-me coisas para eu adivinhar o que tens. O Sr. Bombeiro pode esperar aqui à porta se faz favor.</div><div style="text-align: justify;">- Dr. estava na praia d'El Rei e comecei a ter vómitos e dor de barriga assim como que a espaços largos.</div><div style="text-align: justify;">- Que praia é essa? mostrando a minha ignorância de praias da região Oeste.</div><div style="text-align: justify;">- Em Óbidos.</div><div style="text-align: justify;">- Ok. Deita-te ali na marquesa e mostra-me a barriga. </div><div style="text-align: justify;">Ela deitou-se, menina de 16 anos a dar para o gordinho, com a barriga mal à mostra. </div><div style="text-align: justify;">- Vá lá, camisola para cima e calças para baixo, tenho de olhar e ver a barriga toda. Encolhe a barriga... faz inchar a barriga... - os movimentos dos músculos abdominais eram normais. Não temos peritonite, pensei eu aliviado de não ter que ir ao Bloco àquela hora.</div><div style="text-align: justify;">Levantei-me da secretária e sentei-me ao lado dela naum banco para fazer o segundo gesto que era a palpação abdominal.</div><div style="text-align: justify;">Comecei pelo epigástro, ali mesmo a meio onde acaba o tórax e começa a barriga. Curioso, faço pressão aqui e as calças ali mexem. </div><div style="text-align: justify;">- Baixa mais as calças e as cuecas - disse eu intrigado e sem saber o que estava a acontecer., longe daquilo que ia acontecer.</div><div style="text-align: justify;">Volto a fazer pressão e mando um grito: Preciso dum enfermeiro aqui no gabinete.</div><div style="text-align: justify;">Conforme eu fazia pressão no abdómen ia aparecendo a cabeça dum bébé lá no sítio por onde eles nascem. </div><div style="text-align: justify;">- Tens família ou vieste sozinha? </div><div style="text-align: justify;">- O bombeiro é o meu pai.</div><div style="text-align: justify;">Acabámos de fazer ali o parto, chamámos o pessoal do bloco de partos para fazer o que ficou por fazer e eu dirigi-me ao bombeiro, pai e avô.</div><div style="text-align: justify;">Contei-lhe o que se passou e ele incrédulo disse-me:</div><div style="text-align: justify;">- Impossível ser a minha filha, ainda hoje estivemos na praia e ela não estava grávida.</div><div style="text-align: justify;">- Pois, há milagres inexplicáveis. Mas pode vir comigo e se não saiu daqui da porta pode ver que não há mais nenhuma outra ou janela neste gabinete por onde tenha entrado a cegonha.</div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-73935550689502320292024-02-29T16:37:00.002+00:002024-02-29T16:37:18.503+00:00sentado, espero Março<div style="text-align: justify;">Me sento em silêncio e olho o zulmarinho. Aguardo o mês de Março. É mês de festa na cidade, é mês de festa em casa porque faz não sei quantos anos que me baptizaram, registaram e eu passei a existir de papel passado. É pena que eu não consiga pôr em palavras aquilo que os meus olhos olham, aquilo que a minha alma sente, aquilo que a saudade faz-me viver em cada instante do meu antigamente. </div><div style="text-align: justify;">Como posso eu escrever em tons de lágrima se eu não choro cada pedaço meu? Como posso eu sofrer de angústia se cada segundo meu foi uma experiência de vida? Como posso eu estar triste se os cabelos rareiam e a pele não tem mais a textura do antigamente se é sinal que eu estou aqui agora a rever cada passo que dei?</div><div style="text-align: justify;">Me deixo só olhar o zulmarinho e esperar Março, faz de conta o tempo passado é presente e tempo futuro é grande para eu ter tempo de recordar cada instante como um agora.</div><div><br /></div>SanzalandoJoão Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-65802135189731355502024-02-28T22:19:00.000+00:002024-02-28T22:19:07.519+00:00K'arranca às quartas - 6º programaPrograma de Rádio com palavras, livros e música <div>
<audio controls="">
<source src="https://www.dropbox.com/scl/fi/70iy3i4v7p3d68ktm38kj/programa6.mp3?rlkey=9ofmw9pwlprjbrdz9ipf8jbtz&dl=1" type="audio/mpeg"></source>
</audio>Sanzalando<div><br /><div><a href="http://www.radioportimao.pt" target="_blank">Rádio Portimão</a></div></div>
Sanzalando</div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5915697.post-50473388644075577952024-02-28T21:33:00.003+00:002024-02-28T21:33:20.577+00:00Os Cús de Judas - Podcast do K'arranca às Quartas<iframe frameborder="0" height="360" src="https://youtube.com/embed/coH8ysy3hLM?si=zTcMM5CzNagJ1G22" width="480"></iframe><div><br /></div><div>Sanzalando</div>João Carlos Carrancahttp://www.blogger.com/profile/09085433162998419819noreply@blogger.com0