A Minha Sanzala

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7 de abril de 2008

Era para ser ontem

Há nomes que me acompanham ao longo da vida. Poderia dizer vários mas na possibilidade de faltar algum prefiro não pronunciar hoje nenhum para não me sentir incompleto. Ontem pronunciei mentalmente centenas de vezes um. Cada gesto, cada imagem, cada perfume e lá vinha o mesmo nome ao meu soletrário mental. Tantas fotos sem câmara, tantos filmes sem fita consegui imaginar-lhe, esquecendo de chamar a maquilhadora para abafar a corrosão do tempo. Pronto, lá me está o subconsciente a rectificar-me, não foram centenas, foram apenas 49 vezes. Tantas quantos os anos que se passaram desde que algures em Lisboa nasceu até ao mais certinho ontem. Não, não me flanqueou assuntos de coração nem recordações de ir à lágrimas. Foi só quase mesmo um ir ao início da minha existência, ao biquini azul, ao passeio das 6 de todas as tardes. Coisa pouca, vendo bem as coisas que a minha recordação contabiliza e a minha existência recorda Ontem, por fraqueza da memória e fragilidade do sentir, senti necessidade de lhe saltar o dia. Hoje, rebuscando os nós córdios do coração, consigo pronunciar-te algumas palavras em surdina e assim dizer-lhe num ouvido as tantas coisas que fui guardando ao longo dos tempos .



Sanzalando

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