A Minha Sanzala

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7 de junho de 2010

Diálogo duma voz (I)

Despreguiça. Tira esse corpo flácido do sofá e vem caminhar pelas ruas, avenidas, becos e carreiros da memória. Sai dessa cama de rede onde bebes umas e outras e te escondes das raízes, te afundas num querer passar despercebido na inglória do tempo que faz o favor de não parar.
Vem dar largas à imaginação, hulular de alegria mesmo que seja a dos outros e não passes ao lado da vida.
- Ok. espera mais uns segundos dias que eu estou a ganhar força para pensar nisso. Eu preciso ganhar musculos para poder mover algo mais que o olhar. Tu sabes bem que eu me deixei cair na intenção da enércia do repouso faz mais que muito tempo.
- Tens razão. o mal foi eu ter-te deixado cair no labirintico mundo do sonho.
- Olha, eu já consigo ouvir os pássaros a cantar.
- Não. Não são os pássaros que cantam. Isso é mesmo o uivo das almas penadas do tempo perdido.
- Fazes-me lembrar o Tempo onde eu me sentia adorado.
- Agora te esqueceram. Deixaste o tempo devorar-te e enterrar-te ainda vivo nas campas do esquecimento.
- És sempre tão radical. Deixa-me ter força para poder pensar um pouco.
- Por mim, tens o tempo todo que já quase é nenhum. Esqueço-te como os outros te fizeram. Essa rede à sombra da bananeira te matou vivo.
- Não, não me deixes. Prometo-te pensar.
- Sempre o mesmo... adeus, até depois.

Sanzalando

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