A Minha Sanzala

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13 de agosto de 2010

levando na memória

Me sento na areia que voltou a escaldar a minha sensível e avantajada bunda. Mas rapidamente esqueço esse incómodo porque aqui o corpo ficado a mente viajou para lá do que vista vê. Me deixei só levar por ventos e marés que aqui não sopram nem me arrastam o físico mas apenas o metafísico da minha resistência em sobrevivência. Cheguei ao meu porto de abrigo, atraquei na minha marina de águas calmas eme deixar levar para caminhos que apenas me lembro de memória. Um rio que corre como se tivesse vontade de se diluir no salgado mar do meu encanto. Um duna de cor doirada que cresce parece tem vontade de chegar ao céu e dizer no Arquitecto que lhe tocou apenas com a força dos grãos soltos de areia. Um ar quente que vem de leste e trás o zumbido dos mosquitos que teimam em me devorar por dentro no seu silêncio de me sugar o sangue. Um perfume ocre duma terra molhada que foi alagada para lá das montanhas que aqui não vejo.
Me sento por momentos e me deixo levar para as recordações que me alimentam no dia a dia dum dia que há de chegar, espero não tarde de mais, espero não depois do entardecer da vida.


Sanzalando

1 comentário:

  1. Muito respeitosamente, posso lhe dizer uma sugestão?
    Não fique esperando sentado. Mesmo a passo de tartaruga, é melhor fazer-se à estrada antes que a noite chegue. De noite todos os gatos são pardos. Mas desde o sol do meio dia até que chegue no poente, ainda lhe vai sobrar tanto tempo de tardes longas para se sentar no pico da duna doirada que parece toca o céu e ensaiar, se esticar, com ela a ajudar vai ver, toca fácil mesmo. E vai perceber que era só esticar os dedos...boa viagem ou boa miragem ou...ambas.

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recomeça o futuro sem esquecer o passado