A Minha Sanzala

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12 de julho de 2013

protegido do vento

Protegido do vento que teima em me empurrar e afastar do zulmarinho, seguro os lamentos que não lamentei porque não tinha motivos para os ter, as lágrimas que não chorei porque não me apeteceu ou porque a surpresa foi tão grande que elas secaram antes de serem feitas e deixo os olhos fixos num futuro carregado de luz e sons. 
Protegido do vento deixo o meu corpo embarcar num sono tranquilo, num anestésico sonhar com dias futuros, num acordar presente cheio de sorrisos, esquecendo que houve outros ontens, limpando a memória de trevas e farpas e canto palavras que as kiandas um dia vão assobiar na outra margem do zulmarinho.
Protegido do vento não vou estampar um sorriso falso nem uma vontade louca de não acordar. É a vida nos seus ciclos repetitivos e cheios de graça.
Protegido do vento atiro para o céu perguntas e ouço ecos de respostas.
Protegido de todos os ventos sublinho as palavras inesquecíveis, imortais e marcantes e digo que não há pontes, não há diques mas há imaginação que me liga lá, onde a minha placenta secou ao vento.


Sanzalando

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