A Minha Sanzala

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8 de dezembro de 2013

sei de esquecimento

Tento de todas as formas aprender a escrever um soletrado bonito, fazer o teu retrato num papel pardo, branco ou canelado, com as palavras que sei para te mandar e depois dizer um adeus até sempre. Sei que dei o máximo de mim. Sei que dou o mais que tenho. Mas esqueço assim nem repente até de como é que foste, quanto mais o pormenor para pôr as palavras que te reconheçam. 
Sei que é inútil, sei que vou recordar o teu nome, os teus males, mas nunca conseguirei apagar tudo o que desenhei em rascunhos com as palavras que eu sabia e mais ninguém conseguiu ver o teu retrato. Sei que nunca conseguirei repescar as lágrimas que chorei e que, a palavras tantas, ainda me farão falta num futuro indefinido por uma nova causa qualquer.
Sei que é torturante, angustiante mesmo, de vez em quando eu lembrar-me que exististe mas não conseguir descrever-te num desenho de palavras nem esboçar-te numa forma de sorriso saudoso.
Por isso, deixei de desenhar-te, de pensar-te e quem sabe um dia, ao ver-te, perguntar-me-ei quem foste, o que fizeste e o que poderias ter feito.
Sei, que mesmo que um dia eu consiga aprender as palavras bonitas, jamais conseguirei tatuar na minha memória um smile para ti.
Sei que as minhas palavras apenas sorriem-me, apenas desenham-me, como criança que não mede os riscos de saltar à corda, de sair estrada fora a brincar ao aro ou de sonhar correr mundo ao sabor do vento da imaginação.
Sei que esqueci que um dia eu existi e só agora renasci, em termos desportivos, diria, intervalei-me e aprendo agora novas palavras que um dia poderão dar novas frases, ou não!



Sanzalando

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recomeça o futuro sem esquecer o passado