Circulando por palavras num navegar de sonhos e ideias acabo por fechar os olhos e recordar os dias das alegrias, das paisagens, um rio, um lago, um deserto, um sorriso, uma serra, uma floresta.
Tropeço num horror, escorrega-se-me uma lágrima e desconsigo de abrir os olhos e continuo a ver as caras que deixei de ver, as vozes que jamais ouvirei, os olhos que jamais voltarei a ver brilhar. E continuo a circular freneticamente de pesadelo em pesadelo abafando as gargalhas que ouço lá no fundo duma recordação que tenta vir em meu socorro. Vejo as árvores queimadas num ácido esqueléticante, vejo os mares pesados nuns metais solidificantes, vejo o ar que respiro pejado de pós colantes.
Esbracejo, praguejo e consigo abrir os olhos e vejo que o rio ainda corre para sul, que o meu cabelo dança ao sabor do vento norte e que o dia ainda é dia.
Sanzalando
por aqui caminho o esqueleto, com apoios diversos, também, esbracejo, também praguejo, por outros motivos... os motivos anatómicos.
ResponderEliminarSJB