Ainda o sol não brilha como brilhava na minha infância, faz um frio de tremer até na alma e o vento que sopra até parece me quer levar como joeira feito de cana e papel de muitas cores. Já foi tempo de brincar com joeira, de lhe construir vezes sem conta. Correr para ela levantar... mas a saudade não é doença e correr já não é para mim. Olho pela janela e vejo o vento levar a areia, penso estou no deserto, perna desnuda a ser picada pelos microscópicos grãos de areia. Saudade não é para aqui chamada. Desviei-me. Nesta caminhada, que espero seja muito mais longa, vou-me refazendo de lembranças, vou-me construindo feliz. É esse o sentido da vida: evoluir interiormente e esperar que o resto seja uma consequência.
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