Quanto mais caminho tenho para percorrer? Incógnita malvada que não me deixa ter descanso. Não quero deixar por caminhar o caminho que tenho de percorrer. É que eu um dia decidi que ia caminhar, caminhar até chegar ao ponto de chegada, á página onde alguém escreverá fim porque eu já não fui a tempo. Aí chegado os meus passos deixarão de ser ouvidos e será o meu silêncio sepulcral. Até lá, à incógnita total, caminharei por passos e palavras, por ganas ou engasgado, solilóquios ou monólogos, reticências ou parêntesis. Caminharei a passos largos ou curtos, falas mansas ou brutas, calemas e trovoadas, luares ou meios-dias. Quero percorrer todos os caminhos a que tenho direito.
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