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19 de agosto de 2025

podia ser uma biografia

Havia um garoto cujo o nome não me apetece dizer, que desde pequeno se encantava com a ideia de ajudar as pessoas. Todos diziam que era um bom miúdo. Quando alguém da família ficava doente, ele sempre corria para buscar água, preparar chá ou apenas ficar ao lado, ouvindo com atenção e dando atenção. 

Na escola adorava ciências. Ficava fascinado ao aprender como o corpo humano funcionava, como o coração bombeava o sangue, como os pulmões enchiam de ar, como as plantas respiravam, como os peixes o faziam. Enquanto os colegas sonhavam em ser astronautas ou jogadores de futebol, dizia com firmeza:
- Eu quero ser médico.

No começo, alguns riam. “É muito difícil, São muitos anos de estudo e não te estou a ver ser eterno estudante”, diziam. Mas não se deixava abalar. Lia livros além do que a professora passava, pedia para visitar hospitais com o avô enfermeiro e ficava a imaginar como seria vestir uma bata branca.

Certo dia, um familiar passou mal na rua. Enquanto os adultos se assustavam, ele lembrou-se de algo que tinha lido nos primeiros socorros feitos na sede da Cruz Vermelha. Chamou ajuda rapidamente, manteve a calma e até conseguiu orientar para que deitassem o homem até a ambulância chegar. Todos ficaram impressionados com a sua atitude adulta e consciente.

Naquele dia, ele teve certeza de que sua vocação era real. Queria estudar, se dedicar e, no futuro, salvar vidas. Aquele dia e uma amiga depois fizeram dele um estudante brilhante e depois de umas derrapagens anteriores começou a trilhar o caminho do seu sonho: ser médico, não apenas para curar doenças, mas para levar esperança.

A vida deu voltas. Mudanças radicais. Separações abruptas, sonhos desfeitos, desejos cumpridos sem anos de falha depois.



Sanzalando

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