Programas K'arranca às Quartas no Blog

14 de outubro de 2025

O eco da máquina de escrever

Na verdade não faço a mínima ideia, mas desde pequeno que idealizei o filme e para mim esse é o verdadeiro, é a realidade e não mais fruto da capacidade imaginativa da criança que um dia eu fui. O meu pai era jornalista. Me disseram que para lá de boa pessoa era também bom no que fazia. Pois então como vou eu fazer se quando ele partiu eu tinha apenas 4 anos? Criei um filme, montado cena a cena, tal qual as palavras que me foram dizendo. Ele escrevia à mão ou à maquina? Não tenho ninguém para perguntar, mas eu vi nos filmes que os jornalistas escrevem à máquina, ele escreve à maquina e está feito. 

Depois, cena a cena, eu o vejo todas as manhãs a fazer aquele matraquear de quem escreve palavra a palavra um texto que para mim era enorme. Imagino o tamanho da máquina, não pequena como as da minha adolescência, mas as enormes do tempo dele. Os dedos inquietos e olhar atento à imaginação ele ia transformando um qualquer silêncio em informação, sabendo que tinha que captar os olhos que lhe iam ler.

Era bonito ter a colecção de jornais com as palavras que ele escrevia. Mas desconsegui.

Fica só a imaginação de 65 anos passados. E porquê hoje, porque hoje me sentei frente a uma máquina de escrever da era de agora e me lembrei de rever o filme!


Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário