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30 de novembro de 2025

Mulher bonita não perde oportunidades

Diz-se, por aí, que mulher bonita não perde oportunidades. Que o mundo se abre, generoso, quando ela passa, como se portas se movessem sozinhas, guiadas apenas pelo som dos saltos no chão, pelo caminhar como quem voa numa passarela. Mas a verdade, a verdadeira, raramente se mostra nessa superficialidade.

Porque, na maior parte das vezes, a mulher chamada “bonita” aprendeu cedo que o brilho do olhar atrai luz e também muitas sombras. Aprendeu a medir as palavras, a escolher batalhas, a perceber que a beleza que se lhe atribui é uma carta que joga a favor apenas quando não contradiz ninguém, quando não confronta, quando não exige.

Tantas descobrem ainda jovens que os elogios são créditos que o mundo cobra depois com juros: risos forçados em diálogos que não queria ter, convites que não podia recusar, expectativas que não tinha como cumprir.

Mas também descobrem outra coisa: que a beleza que se lhes atribuí pode ser uma ponte. Muitas decidem atravessar essa ponte com a própria bagagem, a ambição, o estudo, a coragem, as quedas que poucos veem. Não aceitam nada só porque se acham bonitas. 

Crescem a ouvir que mulher bonita não perde oportunidades. Hoje, passados os anos, muitas sorriem ao pensar nisso.

Não perde, não.
Ela cria.
Ela luta.
Ela exige.
Ela escolhe.

Porque a verdadeira oportunidade não está no olhar dos outros sobre ela — mas na maneira como ela se vê.

E, quando uma mulher percebe que a sua beleza é apenas uma das muitas forças que carrega… aí sim, o mundo inteiro se torna pequeno para o tamanho das suas possibilidades.


Sanzalando

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