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Programas K'arranca às Quartas no Blog

8 de janeiro de 2025

Um Adeus ao Anatas

Tentei de todas as formas plantar uma árvore, em todas as estações do ano, abrigadas ou em descampado e nenhuma cresceu. Arte ou fé me faltou. Plantei palmeiras artificiais e o sol as secou. Desenhei árvores no chão, como uma criança as desenha no papel e o vento as apagou. O meu quintal ficou deserto e só capim floresceu uns dias depois de cada chuva chuvida. Os meus braços doridos, de cavar, desenhar ou segurar os sonhos agrícolas, estão esqueléticos e já nem cigarros seguram. 
Falsas frases minhas centrifuguei nos desejos de um dia ver o mar amarelo dum deserto que deixei criança, plantadas num quintal que de caderno de capa vermelha fiz.
Fabulei-me de desejos, tropecei em quereres e caí de costas na contra costa da minha inquisição.
O Anatas partiu e nos amigos todos deixou saudade. Um dia, um dia desertificar-me-ei. Certo e sabido como tu sabias.

Sanzalando

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