Dia da língua portuguesa... esse idioma que parece ter sido inventado por um grupo de poetas numa tarde chuvosa, decidindo que nenhuma regra deveria durar mais de três parágrafos.
Começamos com um clássico: "por que", "porque", "porquê" e "por quê". Parece um teste psicológico. Olha-se para as quatro opções e pensa-se: no fundo, todas querem dizer "por que, raios?", mas cada uma tem a sua escrita de gala.
E os verbos? Ah, os verbos... Eles são como actores de novelas: dramáticos, cheios de variações, e sempre prontos para um escândalo. Eu tinha comido, eu comeria, se eu tivesse comido... A língua portuguesa faz-nos pensar mais no tempo verbal do que no crime cometido. O culpado não é quem matou, é quem não concordou com o sujeito na terceira pessoa do plural.
E por falar em plural, alguém já explicou por que “pão” vira “pães”, “cão” vira “cães”, e “irmão” vira “irmãos”? E se “mão” vira “mãos”, então por que “pavão” vira “pavões”? Nalgum momento, o plural decidiu que seria freestyle.
E para adensar o tema ficámos sem o trema, esse símbolo que parecia uma cara feliz (¨) mas deixaram o hífen, esse traço bipolar que muda de ideia toda reforma ortográfica.
E as palavras com duplo sentido? Em português, “manga” pode ser fruta ou parte da roupa ou algo de brincar pois estou a mangar com vocês. “Banco” é onde se senta e onde se chora ao olhar os números que poderiam estar na conta.
Enfim, a língua portuguesa é linda, complexa e cheia de armadilhas.
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