Na faculdade ia gerindo o meu
tempo entre ambos grupos. Aos poucos foram-me fazendo perguntas, convidar para
sair à noite e começaram a reparar que eu escondia qualquer coisa. Mas o mais
importante é que notavam a instalação de um de ar de ser infeliz quando se
aproximava a minha hora de Cinderela. Depois de um rigoroso inquérito, ao que
não resisti nem um só segundo, os desamparados e madeirenses resolveram
ajudar-me a arranjar casa que não me acorrentasse.
Fala-se aqui, conversa-se ali,
era o Lima, era o PêPê, era o Beça, João Prata, todos mais velhos da Medicina e mais uns
quantos que se foram solidarizando, quer de engenharia quer de economia, e em
dois dias eu tinha uma casa que me acolhia no centro da cidade. Só precisava de
bater à porta depois das 17 horas com malas e bagagem. Eu aguardava resolução
do Serviço Social pelo que me aconselharam a estar calado e não divulgar o meu
novo poiso. E assim renasci mais uma vez e no Reino das Águias Carecas, que me
recebeu com pompa e sem circunstância, mas com muito carinho.
Nasceu uma nova personagem. O
taciturno vespertino da Areosa deu lugar ao alegre morador na Rua Álvares
Cabral.
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