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23 de junho de 2025

Cheguei ao POrto parte 9 de não faço ideias quantas

Nesse ano e nos seguintes, seis, devo ter escrito o meu primeiro livro de leitura única e pessoal. Poemas de amor. O vento, o tempo e outros ares levantaram voo e nunca mais os vi. Foi um livro devorado pelo tempo, página a página, verso a verso, amor em amor. Fui escrevendo outras páginas na vida, umas com letra legível e outras totalmente ilegíveis. Era um jovem adulto, levado por paixões e que várias vezes morreu de amores, mas devido a desconhecidas divindades sempre ressuscitou, rejuvenescido e pronto a morrer, sempre que o amor lhe quiser.

Sem tropeçar o curso feito e o sonho cumprido. Nunca mais fui à Areosa nem por lá perto passei enquanto estudante. Muitos mais anos depois lá fui, não à rua que me recebeu, mas perto. Nunca mais soube do que foi feito das primas cujo o grau desconheço.

Curti cinco S. João, andei de alho porro e martelinho de plástico. Bebi cerveja e fiz mais passos nessas noites que em cada dia do curso. A cidade estava tomada de festa e alegria.

Um dia, levado carro para trazer a tralha, me prometi que um dia voltaria e várias vezes voltei, porém não aos mesmos lugares onde tinha passado mais tempo. Nem na Areosa passei, nem à Cristal fui e nem na Trindade comi. Porém procurei o Carvoeiro, onde calhava comer aos domingos ou dias santos e em vez de encontrar o dono e a sua filha, cuja contabilidade era fácil, fazendo ele contas, o resultado era sempre os mesmo 18 escudos, se a memória não me falha, e encontrei o Carvoeiro para gente fina. O Piolho estava igual, a Galiza estava na mesma, mas fiquei a saber que fechou posteriormente. O CICAP deixou de ser a reitoria e o lugar de ensaios do Orfeão e Tuna. Que eu frequentava, não pela minha linda voz , mas para alegria dos meus olhos.

Na verdade não voltei ao Porto com vontade de ver o que eu me tinha gasto em seis anos que lá vivi intensamente. Só mesmo porque me desapego dos lugares porque os meus caminhos são em frente e os lugares de passado são isso mesmo, passagens por onde passei e guardei na memória de cada palavra que escrevo no meu cérebro.


Sanzalando

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