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14 de junho de 2025

Chegeui ao Porto ... 5 de não sei quantos

- És novo aqui? - perguntou-me sem cerimónia.

- Sou. Cheguei faz mais de uma semana,  mas ainda estou aprender a pedir café sem errar.

Ela riu. Ensinou-me que no Porto, pedir um “cimbalino” era coisa séria. Já na Madeira era mais habitual pedir-se uma Chinesa, que era assim como uma meia de leite, que é o mesmo que café com leite como se bebia na minha casa ao lanche. E que o melhor café vinha acompanhado de conversa. E de conversa em conversa eu já tinha dois grupos. Nalgumas conversas deste segundo e novo grupo tinha altura que eu tinha de perguntar por legendas, pois a pronuncia não me deixava adivinhar o contexto da frase.

Éramos da mesma turma e começamos a estudar juntos. Depois a passear. Depois também simplesmente a caminhar pela cidade como se a cidade também fizesse parte dos conhecimentos universitários. Aos poucos, fui conhecendo o Porto pelo cheiro do rio, do mar gelado da Foz e pelas conversas perto da ponte D. Luiz I ou nos jardins do Palácio de Cristal. Era uma amizade firme que nascia sem outras intensões ou quereres.

Não demorou para que Leonor fosse mais familiar que qualquer rua, e que a cidade deixasse de me parecer estrangeira, fria e distante. Mas a hora do recolher a casa estava a impedir-me de conhecer outro Porto. Eu não conhecia o Porto ao pôr-do-sol e eu tinha saudade do meu pôr-do-sol.


Sanzalando

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