Tudo decorria como o que tinha sido planeado. Primeira música eram os Vampiros, segunda o venham, mais cinco. A terceira não houve porque o pai dela veio na janela e correu com a gente.
Eu tinha a certeza que com esta cena toda ela se apaixonaria instantaneamente, se é que já não estava.
Passaram-se alguns dias, as minhas mãos suavam, o meu coração batia a mil, ou pouco menos que não parei para contar, e lhe comecei a falar, primeiro da serenata que mais parecia ter sido um Concerto de baladeiros de tantos que nós éramos, depois falei-lhe do meu amor. Mas acho aquilo parecia um plágio de qualquer aula de português com os versos de Camões.
E ela disse que não. Redondo e taxativo. O teto veio a baixo, o chão fugiu dos pés e o piano mental desafinou de tal forma que nunca mais foi a nenhum concerto. Desencantei-me até que ao dia que fiz um backup, coisa moderna de dizer que esqueci numa pen drive dum canto do cérebro.
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