16 de novembro de 2025

numa praia a sul

Era uma vez, numa ensolarada praia do sul de Angola, onde o zulmarinho encontrava a areia dourada, vivia uma menino chamado Sódeeu que ainda não tinha seis anos, com olhos brilhantes e um sorriso que podia iluminar o dia mais cinzento. O seu cabelo era cheio liso e saltitava enquanto ela corria, numa franja que cobria a testa.

Todos os dias, depois da sua mãe lhe preparar o pequeno-almoço, Sódeeu corria para a praia, num atravessar de estrada que era já ali, o seu lugar favorito no mundo. Lá, ela encontrava-se com o seu melhor amigo, um caranguejo atrevido que ele lhe chamou Cangarejo, ou Can, na forma mais clara e meiga que ele tinha. Gangarejo não era um caranguejo comum; ele tinha uma cor amarelo brilhante e, para Sódeeu, parecia que ele sorria sempre que o via.

Uma manhã, quando Sódeeu chegou à praia, Cangarejo estava a abanar as suas garras freneticamente. "O que se passa, Can?", perguntou Sódeeu, agachando-se. Can apontou uma das suas garras para o mar. Sódeeu olhou e viu algo brilhante à beira mar. Era uma garrafa de vidro antiga, com um papel enrolado dentro.

"Uma mensagem numa garrafa!", exclamou Sódeeu, os seus olhos arregalados de espanto. Com a ajuda de Can, que usou as suas garras para empurrar a garrafa para mais perto, Sódeeu conseguiu alcançá-la. Ele tirou a rolha e cuidadosamente desenrolou o papel.

Era um mapa! Mas não era um mapa comum. Estava desenhado com símbolos de estrelas do mar, conchas e peixes. No fundo, dizia: "O tesouro mais feliz de Angola espera por ti onde o sol encontra o mar ao pôr do sol."

Sódeeu e Can estavam tão entusiasmados! Decidiram que iriam seguir o mapa para encontrar o tesouro. Sódeeu segurou o mapa e Can correu à sua frente, apontando o caminho com as suas garras.

Eles seguiram os símbolos do mapa. Primeiro, o mapa indicava para seguir as estrelas do mar. Sódeeu e Can encontraram uma série de estrelas do mar cor-de-rosa e laranja que os guiaram ao longo da praia.

Depois, o mapa mostrava "atrás das conchas gigantes". Eles tiveram que saltar sobre pedras carregadas de conchas coladas, algumas maiores que  o próprio Sódeeu! Can era muito bom a escalar as rochas, e Sódeeu ria enquanto o via trepar.

Finalmente, o mapa os levou a um pequeno promontório rochoso, perfeito para ver o pôr do sol. Sódeeu e Can sentaram-se na areia, esperando, enquanto o sol começava a descer no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa que nem pintura de queimada.

Quando o sol tocou a linha do mar, um brilho dourado espalhou-se pela água. Sódeeu e Can olharam um para o outro, os seus corações saltavam cheios de alegria. O tesouro não era ouro nem joias; era a beleza mágica do pôr do sol, partilhada com um amigo.

Sódeeu e Can assistiram ao pôr do sol até que a última luz dourada desapareceu. Sódeeu abraçou Cangarejo e disse: "Obrigada, Can. Este é o melhor tesouro de sempre."

E assim, todos os dias, Sódeeu e Can continuaram a explorar a praia, descobrindo novos "tesouros" em cada canto – uma concha perfeita, uma onda brincalhona ou simplesmente a alegria de estarem juntos. E a praia do sul Angola, com o seu mar azul e areia dourada, continuou a ser o palco das suas maravilhosas aventuras, mesmo das aventuras que só aconteciam na imaginação.



Sanzalando

Sem comentários:

Enviar um comentário