Olhei na varanda. Ela não estava na varanda dela.
Sentei na cadeira de baloiço do meu avô e fiquei só assim a olhar num ponto imaginário. Os pensamentos estavam varridos e os olhos não viam, porque lá no ecran do cérebro tinha ficado fixado o retrato dela. Perguntei aos deuses porque eu era assim. O silêncio foi a resposta.
Perguntei a mim mesmo se eu me conhecia ao ponto de me explicar porque eu ficava assim paralisado no lugar imaginativo dum futuro que não aconteceu? Porque eu não conhecia o futuro, essa coisa distante que ainda não aconteceu mas eu agora recordo como passado que eu tinha imaginado diferente.
Eu queria mesmo era acordar um dia e olhar-me de fora e ver a figurinha que fiz.
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