Sentei-me à beira do mar, o sal da brisa secava-me os lábios e as gostas do seu rebentar refrescavam-me a alma. As ondas vinham e iam, como se respirassem ao mesmo ritmo que eu. Aos poucos, deixei que meus olhos se perdessem no horizonte e que os meus pensamentos fossem levados para lá do real. O som ritmado das águas transformou-se em vozes, e nelas ouvi histórias de marinheiros, amores que partiram e retornaram em silêncio, cidades submersas onde peixes nadavam entre janelas antigas.
Quando dei por mim, já não sabia se estava sentado na areia ou flutuando nas memórias que não eram minhas. O mar não me respondeu, apenas continuou a contar.
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