Sopra vento. É verão, claro. O pó, a areia fina da praia, as sobrinhas, as toalhas e os sorrisos voam ao longo do areal. Eu vagueio pensamentos tentando contrariar a velocidade do vento, porque neste momento eu queria sorrir ao teu olhar num abraço bem apertado. Ouvir-te respirar abafaria este silvar, este despentear-me de ideias e estas ondas salpicadas dum borrifador natural.
Sopra vento. Claro que é verão. Não acredito em almas gémeas, mas o verão é sempre gémeo de outro verão. Faz vento e as pessoas correm porque o verão acaba. Se ele não acabasse não havia necessidade de correr, de fazer coisas que o resto do ano nem nos lembramos, de exigir rapidez mesmo até ao conta gotas. O verão acaba, mas não sei nunca quando o vento termina.
Sanzalando
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